Dinheiro teria sido repassado por meio de doações dissimuladas ao petista na disputa pelo governo de Goiás em 2014. Ele nega

Ao lado de integrantes da chapa de 2014, Gomide fez caminhada em Anápolis  | Foto: Divulgação

Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da J&F (holding que controla a JBS Friboi), revelou, durante depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que o então candidato do PT ao governo de Goiás em 2014, o vereador por Anápolis Antonio Gomide, recebeu R$ 2 milhões em doações ilícitas de campanha.

Durante a delação, ele relata que somente naquele ano o Partido dos Trabalhadores recebeu em propina R$ 150 milhões da JBS. Foram R$ 70 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer (PMDB), R$ 50 milhões para a Executiva Nacional e R$ 30 milhões para candidatos a governador.

“Tudo isso foi feito por doações dissimuladas de oficial, que não tem nada de oficial, isso tudo é dinheiro de propina. Foram feitas notas fiscais frias e pagamento em dinheiro”, conta o delator.

Segundo Saud, o então candidato e atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, teria recebido pelo menos R$ 30 milhões; Gleisi Hoffmann, senadora e candidata derrotada ao governo do Paraná, teria recebido R$ 5 milhões; Alexandre Padilha, que disputou o governo paulista, R$ 3 milhões; e Antonio Gomide, de Goiás, R$ 2 milhões.

Em vídeo, publicado pelo site de “O Antagonista”, é possível ver o relato (a partir de 5m30s):

Resposta

Ao Jornal Opção, Antonio Gomide disse que jamais pediu e recebeu nenhum centavo da JBS e que, se houve algo ilícito quanto às doações ao diretório nacional, “foi entre eles [executivos da JBS] e o partido”.

Ainda de acordo com o vereador, é preciso sejam apresentadas provas sobre o conteúdo das delações. “O que tem que ser levado em consideração é que se a pessoa está fazendo colaboração para ajudar nas investigações ou resolver o seu próprio problema”, alertou.

Eleição

Antonio Gomide é ex-prefeito de Anápolis (2008-2014) e ficou em quarto lugar na campanha ao governo de Goiás. No ano passado, disputou vaga à Câmara Municipal da cidade e foi eleito com a maior votação da história