As adversidades climáticas devem fazer com que a produção agrícola em Goiás caia 5,8% em 2024. A queda é atribuída, principalmente, à redução na produção de soja (7,5%), 1ª e 2ª safra de milho (9,6% e 2,5%, respectivamente), sorgo (10,9%), algodão herbáceo em caroço (20,2%) e do arroz em casca (1,3%).

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Além de Goiás, pelo menos outros 12 estados também devem sofrer quedas na produção. Apenas Rio Grande do Sul e Pará podem registrar alta. As previsões do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foram apresentadas nesta quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Perda de graus 

Os eventos climáticos, inclusive, já resultaram na perda de 11 milhões de toneladas de grãos nesta safra no Brasil, segundo o Agrofolha. Mesmo no início da safra, os danos causados pelas condições meteorológicas adversas afetam a produção, levando a uma redução bilionária em relação ao potencial produtivo estimado em outubro.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem reduzido regularmente a projeção total de produção, passando de 317,5 milhões de toneladas em outubro para os atuais 306,4 milhões. O estado do Rio Grande do Sul, mais impactado pelos efeitos climáticos recentes, surge como uma exceção, contribuindo positivamente para a produção nacional. Os gaúchos estão previstos para colher 44% a mais de milho, 68% a mais de soja e 11% a mais de arroz.

Por outro lado, Mato Grosso, enfrentando irregularidades nas chuvas, projeta uma queda na produção de grãos de 11,4 milhões de toneladas, diminuindo de 101 milhões em 2023 para 89,6 milhões neste ano. O Paraná, segundo maior produtor, terá uma safra reduzida para 43,2 milhões de toneladas, 3 milhões a menos em comparação ao ano anterior.

As condições climáticas desfavoráveis afetam especialmente a produção de soja e milho, os principais itens da agricultura brasileira. A produção de soja, inicialmente estimada em 162 milhões de toneladas, caiu para 155 milhões, de acordo com as últimas previsões da Conab. O fenômeno El Niño continua a impactar diversas regiões do país, com potencial para uma redução ainda maior na safra nos próximos meses.

Algumas consultorias já estimam a produção de soja em 151 milhões de toneladas, ficando abaixo do recorde de 154,6 milhões em 2023. O milho, por sua vez, também sofre com as incertezas climáticas, com redução na área destinada ao cereal e uma previsão de produção de 117,6 milhões de toneladas.