Gênero: mulheres garantem mais espaço na Alego

11 maio 2023 às 19h18

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A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou na manhã desta quinta-feira, 11, emenda que cria a 5ª secretaria na Mesa Diretora. A medida vale para o biênio 2025-2026 e vai garantir duas vagas femininas na Mesa. Em justificativa para alteração do regimento da Casa, texto da lei do deputado Bruno Peixoto (UB) ressalta que será é para aperfeiçoamento do Regimento Interno, que data de 2007.
Atualmente a mesa diretora é composta apenas por homens, e por isso medida foi vista como positiva entre os deputados. As mais cotadas para ocupar as duas vagas são: Bia de Lima (PT) e Vivian Naves (PP). De acordo com o apurado pelo Jornal Opção, elas devem ocupar cargos de terceira vice-presidente e 5ª secretária, respectivamente.
A eleição da chapa está prevista para a próxima terça-feira, 16. Atualmente o Estado de Goiás conta com quatro deputadas: Bia de Lima, Dra. Zeli, Rosângela Rezende e Vivian Naves. Questionado sobre se o novo cargo não impactaria a folha de pagamentos, o presidente Bruno Peixoto ressaltou que medida não vai impactar os cofres da Casa. Recentemente, foi anunciada economia de mais de 10% na folha de pagamentos.
Em busca por espaço
Recentemente, a deputada Bia de Lima falou sobre sua trajetória política e a importância da tomada de espaços pelas mulheres. “Como militante sindical eu fui aprendendo a disputar espaços com os homens. A gente sabe que não cedemos espaços, nós brigamos e os conquistamos. A questão é que não basta lutar apenas por um segmento, tudo advém da política e só o campo da reivindicação não é suficiente. A gente tem que debater de igual para igual”, afirmou a deputada.
E, no Dia Internacional da Mulher, a deputada estadual Vivian Naves (PP) subiu à tribuna e lamentou a sub-representação delas em posições de liderança, cargos eletivos, no serviço público, na iniciativa privada e no meio acadêmico. “Para que haja uma mudança real e legislações mais justas, é necessário entender que a mulher é essencial nesse processo, ocupando os espaços de poder. Como mulher, mãe, primeira-dama, empresária e deputada, entre outras funções que acumulamos, costumo dizer que somos guerreiras e não desistimos de lutar, e mesmo com dupla, tripla ou até quarta jornada não perdemos a sensibilidade e não permitimos que o desânimo anule nossas iniciativas e ações”, afirmou.
Baixa representatividade
O Brasil ocupa a lista dos parlamentos com menos mulheres no mundo, e aquelas que persistem na esfera política são frequentemente confrontadas pela violência de gênero. Dados da União Interparlamentar indicam que as mulheres compõem apenas 17,7% da Câmara dos Deputados. Analistas afirmam que representatividade gera senso de pertencimento. Epiteto, filósofo grego, xingou a frase: “as sementes de grandiosidade que existem em nós precisam de exemplos para germinar”.