COMPARTILHAR

Pesquisas de intenção de voto indicam que, no momento, o favorito para prefeito de Anápolis é o deputado estadual Antônio Gomide, do PT. Ele foi prefeito por dois mandatos e é considerado um gestor eficiente.

Há quem postule que, por ser esquerda — na verdade, é moderadíssimo —, Antônio Gomide não tem chance de ser eleito pela terceira vez. Pode até ser. Mas subestimá-lo, por uma questão ideológica, pode não ser uma boa tática política. Se encarnar o sentimento de mudança será difícil vencê-lo.

Antônio Gomide: sua força política não pode ser subestimada | Foto: Divulgação do PT

Entretanto, se aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Antônio Gomide não está conseguindo deslanchar. Pelo contrário, estagnou. E, de acordo com duas pesquisas, há uma ligeira sinalização, não de ascensão, e sim de queda.

As oposições não deslancharam porque, apesar de ter vários nomes, não há nenhum inteiramente definido. É possível que, com a definição, o postulante ou postulantes das oposições comecem a crescer.

Márcio Corrêa, deputado federal pelo MDB | Foto: Câmara dos Deputados

A tendência é que pelo menos um candidato da direita se aproxime de Antônio Gomide, com a possibilidade de superá-lo ainda no primeiro turno.

A direita tem vários nomes em Anápolis, como os bolsonaristas deputado federal Márcio Corrêa, do MDB, ex-deputado federal Major Vitor Hugo, do PL, e o vice-prefeito e pastor Márcio Cândido, do PSD. Na centro-direita há o deputado estadual Amilton Filho, do MDB, que dizem ser o nome preferido do Palácio das Esmeraldas.

Daniel Vilela, Amilton Filho e Márcio Corrêa: articulando em Anápolis | Foto: Divulgação do MDB

O prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do Republicanos, deve bancar Márcio Cândido e opera, neste momento, para tender emplacá-lo como candidato do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, e do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, do PL.

Márcio Cândido é apoiado por importantes setores do meio evangélico de Anápolis. Tendo o apoio de Roberto Naves (vale frisar que criticar seu possível desgaste pode não ser frutífero, até porque não será candidato em 2024), e se contar com o apoio de Ronaldo Caiado e do bolsonarismo, o vice se tornará, por certo, um candidato fortíssimo a prefeito.

Roberto Naves e Ronaldo Caiado: articulando juntos em Anápolis | Foto: Divulgação

O que se cobra de Márcio Cândido é mais entusiasmo, mais presença pública. Precisa se apresentar, porque não pode ser apenas o pré-candidato “patrocinado”.

Se Márcio Cândido conquistar o apoio de Ronaldo Caiado e de Bolsonaro, o que fará Márcio Corrêa? Poucas pessoas são tão obstinadas quanto o deputado federal. Ele será candidato de qualquer maneira, desde que tenha um partido para bancá-lo, como o MDB ou o PL. Mas ele frisa sempre que seu objetivo maior é transformar Daniel Vilela em candidato consistente ao governo do Estado em 2026.

As pesquisas de intenção de voto — as sérias e não aquelas que são feitas par alavancar candidaturas — sugerem que, no momento, o principal adversário de Antônio Gomide é exatamente Márcio Corrêa. Porém, se não contar com apoios amplos, pode ter sua candidatura esvaziada.

Há outros nomes no jogo político de Anápolis, como Hélio Araújo, do PL, Hélio Lopes, do PSDB, Pedro Sahium, do PDT, e Leandro Ribeiro, do pP.

A direita bolsonarista pode mesmo ter dois candidatos em Anápolis? É possível. Márcio Cândido e Márcio Corrêa devem ser candidatos e a tendência é que um deles deve ir para o segundo turno contra Antônio Gomide. Não dá para dizer, na altura do “campeonato”, quem será o rival, na finalíssima, contra o postulante do PT. É cedo para avaliações peremptórias. (E.F.B.)