O filósofo, eminência parda do governo Bolsonaro, também teria contribuído para o “expurgo” de Carlos Wizard

O empresário Carlos Wizard era uma espécie de coringa do presidente Jair Bolsonaro. Chegou a ser cotado para vários postos no governo, secretário no Ministério da Saúde, ministro da Ciência e Tecnologia e, finalmente, ministro da Educação.

Ao ser citado para a Educação, e sabendo-se que Bolsonaro planeja exonerar o ministro Abraham Weintraub — que seria mandado para o exterior ou então ocuparia um cargo no Palácio do Planalto, ao lado do amigo-presidente —, Carlos Wizard caiu em desgraça. Os dossiês pipocaram e só faltaram dizer que, além do governador de São Paulo, João Doria, tinha ligação com o Partido Comunista do Brasil.

Olavo de Carvalho e Abraham Weintraub: o filósofo não aceitou reduzir sua cota no ministério do presidente Jair Messias Bolsonaro | Fotos: Reproduções

De Virginia, nos Estados Unidos, o filósofo Olavo de Carvalho, eminência parda da família Bolsonaro, estrilou. No momento, da cota pessoal de Olavo Carvalho no primeiro escalão do governo Bolsonaro, só há dois nomes: Weintraub e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O da Educação segue de perto o ideário do filósofo, permanecendo na linha de frente contra a esquerda no front universitário. Deixando de ser ministro, perderia sua relativa “imunidade”…

Ante a pressão de Olavo de Carvalho, primeiro-ministro à distância — o primeiro da história do Brasil —, Bolsonaro recuou e manteve Weintraub na Educação. Não só. Expurgou Carlos Wizard, que acabou se tornando uma espécie de “tucano” infiltrado.

O cardeal de Richelieu tinha o padre José de Paris como eminência parda. Bolsonaro tem Olavo de Carvalho.