Garimpeiro preso nos EUA recebeu R$ 4 milhões em um ano por exploração de ouro na Amazônia

14 janeiro 2024 às 17h38

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O empresário e químico Antônio Oliveira, conhecido como Pimentel, foi preso ao ser deportado dos Estados Unidos em novembro de 2023, após receber R$ 4 milhões em pagamentos ao longo de 2022 relacionados aos garimpos de ouro do “Filão dos Abacaxis” em Maués, no Sul do Amazonas.
Investigações da Polícia Federal revelam que garimpeiros ilegais na Amazônia operavam internacionalmente, sendo comandados por empresários fora do país.
A Polícia Federal identificou Pimentel como um dos principais líderes de garimpos na região desde a década de 1990.
Ele foi deportado após uma operação da PF em abril do ano anterior, sendo indiciado por usurpação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A defesa de Pimentel alega que sua ida aos Estados Unidos foi para realizar um tratamento de câncer de próstata e enfatiza que ele não controla mais nenhum garimpo na Amazônia, pois as terras foram repassadas para outra pessoa.
As investigações apontam que Pimentel, residente nos EUA desde setembro de 2022, recebeu R$ 4 milhões por meio da conta de uma enteada, com as transferências sendo realizadas por um sócio no ramo do garimpo.
“O pagamento foi feito de R$ 500.000,00 de seis em seis meses, ou seja, ficou com a área (de garimpo) por uns 4 anos”, explicou o sócio à PF.
A região dos Abacaxis, de difícil acesso na floresta de Urupadi, foi marcada por conflitos e, em março de 2023, uma operação revelou o uso de cianeto nos garimpos, substância considerada letal quando utilizada em grande quantidade.
As investigações desmentiram a alegação de Pimentel de que ele apenas pesquisava a região, confirmando que as áreas sempre foram garimpadas.
A operação também resultou na prisão de “seguranças” dos garimpeiros e na apreensão de armas, evidenciando os desafios na região dos Abacaxis.
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