Reforma administrativa divide a opinião da bancada goiana

02 fevereiro 2024 às 09h32

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer votar a reforma administrativa (PEC 32/2020) ainda neste ano. Com o texto pronto desde 2021, a matéria é vista como uma reforma completa da máquina pública brasileira. Só que também é considerada “controversa”, com debates e discussões calorosas de apoiadores e críticos.
O deputado federal José Nelto (PP) defende que a reforma administrativa é importante para o país. O parlamentar ressalta que o Governo Federal e todo Poder Público precisam se preocupar com o corte de gastos primeiramente. Por isso, ele defende a redução desses custos para poder liberar o orçamento e permitir outros investimentos.
“O que adianta o Governo arrecadar bilhões, se ele continua gastando indiscriminadamente?”, questiona Nelto, em entrevista para o Jornal Opção. “Não vai sobrar dinheiro, não terá nada para o orçamento para infraestrutura, educação ou saúde. Por isso que a reforma administrativa é importante para o Brasil”, argumenta.
Por outro lado, o parlamentar ressalta que os cortes precisam ser feitos no alto escalão do funcionalismo público. “A reforma só passa na Câmara dos Deputados se for no primeiro andar do Governo Federal, estaduais, tribunais e nos legislativos. Até porque os altos salários pagos acima do teto são ilegais e precisamos diminuir esses gastos”, pontua.
Ao Jornal Opção, a deputada federal Adriana Accorsi (PT) se posicionou contrária ao projeto de 2020. A petista considera que a reforma é uma “desvalorização” para os funcionários públicos. “Isso permite a privatização dos serviços essenciais e retira as prerrogativas que são essenciais para os servidores públicos, como a estabilidade”, conta.
Segundo a parlamentar, a remoção de tais prerrogativas pode prejudicar os servidores e atrapalhar o andamento do trabalho. Por isso, ela e demais companheiros de partido devem se posicionar contrariamente. “Sou totalmente contrária, acredito que toda a nossa bancada também será e temos tentado impedir a votação da reforma desde 2021”, afirma.
Por outro lado, há casos de deputados federais goianos que ainda pretendem se posicionar a respeito, como Silvye Alves (União Brasil). O partido e os membros da bancada ainda vão se reunir na próxima semana para definir o posicionamento. Após isso, ela pretende definir se será contra ou a favor da reforma administrativa.
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