George Frideric Handel (1685-1759)

A coroação do Rei Charles III no último sábado, 6, na Abadia de Westminster, em Londres, atraiu a atenção do mundo, apesar de toda a polêmica em torno da monarquia inglesa.

A programação musical da cerimônia foi intensa e diversificada, mas uma obra em especial chamou a atenção: “Zadok the Priest”, composta por George Frideric Handel (1685-1759).

Rainha Anne (1665-1714)

Handel nasceu em Halle, Brandemburgo, na Alemanha, e desde a juventude mostrou vocação para música, tornando-se um virtuose do cravo e do órgão. Em 1712, ele pediu licença de seu cargo na corte do Príncipe Eleitor de Hanover (1660-1727), na Alemanha, e transferiu-se para Londres, onde teve muito sucesso, aproximando-se, inclusive, da Rainha Anne (1665-1714).

Apesar de ter sido demitido pelo príncipe eleitor por ter ficado mais tempo na Inglaterra do que a licença permitida, Handel foi naturalizado cidadão britânico por ordem do Rei George I (1660-1727), que também era alemão, antes de morrer em 1727.

A primeira encomenda de Handel como cidadão britânico foi a música para a coroação do novo rei, e as quatro antífonas que ele compôs para a coroação do Rei George II e da Rainha Carolina foram um grande sucesso. “Zadok the Priest”, um dos hinos da coroação de Handel, é uma das obras mais conhecidas e foi cantada antes da unção do soberano na coroação de todos os monarcas britânicos desde sua composição em 1727.

A obra é reconhecida como hino patriótico britânico e tem sido tocada em todas as coroações desde então, inclusive na da Rainha Elizabeth II em 1953 e, mais recentemente, na coroação do Rei Charles III em 06 de maio de 2023.

Coroação da Rainha Elizabeth II, em 1953, na Abadia de Westminster | Foto: Reprodução

Assim, a coroação do Rei Charles III continuou uma tradição estabelecida há séculos, incorporando a música majestosa de Handel, um compositor aclamado e reconhecido como um dos grandes da história da música.

Ouviremos “Zadok the Pries” de Handel na coroação do Rei Charles III.

Observe que a peça abre com um longo “ritornelo” de violinos que prepara o caminho para um esplendoroso clímax na entrada do Coro a sete vozes, juntamente com os trompetes e os tímpanos.