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HÉLIO MOREIRA

Não li o livro “O Brasil na Fita — De Collor a Dilma, do Caso Magri à Lava Jato, O Que Vi e Ouvi em Mais de Vinte Anos”, do perito Ricardo Mo­li­na, e provavelmente não vou lê-lo. Porém, pela resenha do jornalista Euler de Fagundes Belém [“Perito da Unicamp garante que Gil Rugai não matou seu pai”, Jornal Opção 2135, coluna “Imprensa”], observo que poderá ser assunto interessante para alguém da literatura policial, principalmente se for um “se­gui­dor” de uma senhora inglesa, fa­lecida há quase 50 anos e que res­pirava o “fog”, movimentava-se pelas ruas Elton e Oxford S­treet, gostava (eu acho) de cerveja morna dos pubs de Londres.

Seu maior personagem adoraria enfrentar este “drama” exposto, com maestria, como sempre pelo jornalista: o policial belga aposentado Hércule Poirot, baixinho, careca, pernóstico, vaidoso de seu bigode encerado e de enorme talento para desmascarar criminosos. Hércule Poirot não sabe lutar karatê, jamais deu ou levou um soco, nunca espancou uma mulher e se surgisse a oportunidade de beijar uma loura, provavelmente pensaria, primeiro, em não amarrotar os bigodes. Este trecho que transcrevi acima é a orelha do Livro “Noite sem fim”, da sra. Agatha Christie, e a trama desse livro é ainda mais complicada do que o caso Rugai.

Hélio Moreira é médico e escritor.