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Quando o ano se inicia, novos boletos aparecem. Muitos brasileiros já começam o ano com dívidas e precisam de uma ajuda para sair do vermelho. Nesse contexto, o número de inadimplentes na capital cresceu 10,42% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. É o terceiro mês seguido que Goiânia ultrapassa a média nacional na comparação ano a ano. Já na passagem de novembro para dezembro, o número de devedores caiu 1,57%. As informações são do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).

Ao Jornal Opção, o economista Aurélio Cardoso alerta consumidores sobre a importância do controle das contas pessoais. Para ele, uma das principais missões que garantem a distância das dívidas é anotar todos os gastos. “Assim, saberá exatamente para onde o dinheiro está indo”, explica.

Organização financeira

O especialista também destaca a necessidade de controle dos pagamentos feitos mensalmente. Com o objetivo de organização financeira em mente, o ano será mais equilibrado e distante de dívidas. “Com essa meta em mente, pode separar as dívidas prioritárias e criar estratégias, como o pagamento das contas mais caras ainda no primeiro semestre. Além disso, também pode dividir as metas por mês, e dar um passo de cada vez”, sugere.

Para Cardoso, tudo se resume a uma recomendação fundamental: a organização do orçamento. Nesse sentido, a organização pode ser construída da forma que cada um preferir, utilizando desde métodos analógicos tradicionais, como anotações em cadernos, aos diversos recursos e aplicativos digitais acessíveis hoje em dia, tanto para dispositivos móveis, como para computadores – com planilhas financeiras, por exemplo. “Pode usar um aplicativo de telefone, uma planilha do computador ou mesmo um caderno. O importante é anotar todo o dinheiro que recebe no mês e todos os gastos. O recebido pode ser salário, bônus, aposentadoria, dinheiro de trabalhos extras etc. E os gastos precisam ser detalhados, para você conseguir cortar o que for desnecessário”, destaca.

De acordo com o especialista, é muito importante envolver toda a família na organização do orçamento e no processo de acabar com as dívidas. “Cada membro da casa pode ajudar com ideias para diminuir as contas ou conseguir mais dinheiro, com um trabalho extra ou venda de itens sem uso”.

Disciplina

Cardoso também lembra que, enquanto estiver com dívidas, qualquer pessoa terá dificuldades para realizar sonhos maiores que dependem de investimento. Então, por um período, o especialista frisa que será necessário “apertar o cinto” e cortar gastos, para foco na recuperação da saúde financeira. “Lembre-se das pequenas economias, como apagar a luz do quarto quando sair, colocar o chuveiro na posição verão no período de calor e juntar as roupas para usar a máquina de lavar na capacidade máxima. O estilo de vida e as necessidades de cada família vão indicar quais gastos podem ser cortados. Lembre-se de que para sair das dívidas será necessário fazer um esforço”.

Às vezes só cortar não basta, e mesmo com todos os cortes possíveis ainda pode faltar dinheiro para se livrar das dívidas. “Se essa for a sua situação, o caminho pode ser a renda extra. Pode se desfazer de itens que não usa mais ou criar produtos, bolos, doces, artesanatos e vender para amigos, vizinhos ou mesmo na internet. Descubra alguma atividade que você faz bem e comece a empreender”.

O professor sugere priorizar as dívidas com maior juros, além de negociar com os credores. “Se você tem mais de uma dívida, dê prioridade para as que têm os maiores juros. Isso porque são essas dívidas que vão prejudicar mais sua vida financeira. Depois disso, pagar as dívidas mais baratas será mais fácil. Com o orçamento em ordem e as economias de corte de gastos ou renda extra, procure os credores. Com dinheiro na mão é mais fácil negociar e conseguir desconto”.