Seis anos depois, Brasil assumirá a presidência do BRICS

21 outubro 2024 às 09h41

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Seis anos após seu último mandato à frente do BRICS, o Brasil reassumirá a presidência do grupo em 1º de janeiro do próximo ano. Entre os principais objetivos da nova liderança estão impulsionar discussões sobre a reforma da “governança global” e o desenvolvimento sustentável, temas que já ganharam destaque durante a presidência brasileira no G20 neste ano.
Atualmente formado por dez países, entre eles Brasil, Rússia, China, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o BRICS realizará nesta semana sua primeira reunião ampliada. O evento acontecerá em Kazan, na Rússia.
A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia foi cancelada, após um acidente doméstico, e Lula participará da Cúpula do Brics nesta semana por videoconferência.
Na reunião, conforme o Ministério das Relações Exteriores, os chefes de Estado deverão discutir temas como a entrada de “países parceiros”, a crise no Oriente Médio e a cooperação política e financeira entre os membros.
A partir do próximo ano, sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, a presidência do Brasil no grupo terá como foco as seguintes discussões:
- reforma das instituições de governança global;
- promoção do multilateralismo;
- combate à fome e à pobreza;
- redução das desigualdades;
- incentivo ao desenvolvimento sustentável.
De acordo com as regras de rotatividade, o Brasil estava programado para assumir a presidência do BRICS em 2024. No entanto, devido ao fato de também ocupar a presidência do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, o país optou por adiar sua liderança no BRICS em um ano. Com isso, a Rússia ficou responsável pela presidência do bloco em 2024.
Conforme afirmou Eduardo Paes Saboia, secretário para a Ásia e o Pacífico no Ministério das Relações Exteriores, o governo decidiu que no próximo ano as atividades relacionadas ao Brics serão concentradas no primeiro semestre. A razão para isso é que, no segundo semestre, o Brasil será o anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no estado do Pará.
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