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Na semana em que milhares de estudantes comemoram a aprovação em universidades públicas a partir do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) 2023, o deputado Amilton Filho (MDB) apresentou um projeto de lei que propõe o fim do trote universitário. Para o parlamentar, a prática é carregada de “violência física e moral contra calouros”. O texto tramita na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

Por meio da PL nº 100/23, o deputado propõe que escolas superiores e universidades estaduais fixem avisos em períodos de início de aula, a fim de coibir a prática nas dependências das instituições. O projeto sugere, inclusive, o texto dos recados: “É proibido a prática de trotes que empreguem qualquer tipo de coação, violência ou constrangimento, podendo os autores responder por lesão corporal, injúria, ameaça, constrangimento ilegal e/ou homicídio, conforme o Decreto-lei 2848/40”.

Segundo Amilton Filho, os trotes vêm sendo aceitos como um símbolo de reconhecimento social, apesar de serem “uma prática repugnante”. Ele aponta que as universidades e autoridades ainda apresentam muita resistência para movimentar discussões ou tomar providências incisivas sobre a tradição, especialmente nos casos em que se usa de mais violência. “O raciocínio predominante parece ser o de que, se não houver mortes ou mutilações durante as recepções aos novatos, então não há problema, pois se trata de um tradicional rito de passagem que promove a integração entre calouros e veteranos”, defende.

Com a proposta, estabelecimentos de ensino médio, públicos e privados, assim como estabelecimentos públicos de educação superior, devem incentivar a realização de atividades solidárias como forma de integração entre os alunos novatos e veteranos, no lugar das práticas agressivas.

Sisu 2023

Na última terça-feira, 28, estudantes aprovados no Sisu 2023 participaram de festas e trotes de comemoração na Praça Universitária, em Goiânia. Segundo números da organização da recepção e da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, cerca de 2 mil pessoas participaram do trote universitário, entre calouros e estudantes já matriculados.

Os recém aprovados foram recebidos ao som de batuques de baterias e megafones, mas também com ovos quebrados, farinha de trigo na cabeça, piscina com tinta e outras tradições similares.