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A vereadora Aava Santiago (PSDB) protocolou no início da noite de ontem, 13, denúncia ao Ministério Público (MP-GO) para que seja investigada a falta de coleta de lixo em Goiânia e que o órgão tome as medidas apropriadas para garantir o cumprimento das leis e regulamentos relacionados à coleta de lixo e ao saneamento básico.

Na documentação juntada, além das fotos comprovando o lixo acumulado em diversos pontos da cidade, Aava relembra a já existência de Inquérito Civil Público n° 202300108479 justamente para para apurar a prestação efetiva e a qualidade dos serviços públicos de limpeza urbana, gestão de resíduos sólidos e serviços de urbanização, prestados pela Comurg ao Município.

“A cidade está tomada pelo lixo, o que demonstra irresponsabilidade do gestor público”, ressaltou a parlamentar. Foto: divulgação

“É gravíssima a situação em que se encontra o município de Goiânia no que diz respeito à coleta do lixo urbano. Em notícia veiculada por meios de comunicação, diversos bairros da Capital estão há mais de duas semanas sem a coleta de lixo. A cidade está completamente tomada pelo lixo, o que demonstra a falta de coleta diária e a irresponsabilidade do gestor público” , escreveu a vereadora. Ela argumenta ainda no pedido ao MP que a coleta de lixo tem relação direta com a saúde pública e encontra-se em risco com a interrupção da coleta.

Em declarações recentes, o presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Borges, reconheceu a incapacidade da empresa em prestar os serviços de coleta de lixo na cidade. Ele chegou a ressaltar que a Prefeitura não possui recursos financeiros ou expertise para executar eficazmente essa função, reafirmando sua posição de que a terceirização dos serviços é a solução mais viável para o tratamento de resíduos. A companhia existe desde meados da década de 70, e Goiânia já foi conhecida como a cidade mais limpa do País, além das suas praças floridas.

A situação financeira da empresa já foi alvo até de investigação na Câmara. Recentemente, noticiou-se a intenção da Prefeitura de Goiânia em fazer um aporte de R$70 milhões para “socorrer” a Comurg. Não se sabe exatamente qual o valor total das dívidas do órgão.

Alisson Borges teria dito que a empresa enfrenta um déficit de R$120 milhões no contrato de prestação de serviços, agravado pela redução de R$10 milhões mensais na receita e pelo aumento da inflação e dos preços dos combustíveis, não considerados na planilha de custos. E que além disso, a Comurg enfrenta questões relacionadas a débitos tributários e fiscais, que somam R$1,5 bilhão.

Com a greve dos servidores da Educação, servidores da empresa acabaram sendo deslocados para auxiliar no serviço realizado dentro das escolas municipais e Cmeis da capital. Especula-se que o desvio de atividade poderia estar impactando no recolhimento de lixo. Só que em maio deste ano, sem qualquer greve ou desvio de atividade, moradores de Goiânia relataram ao Jornal Opção que lixo não estava sendo recolhido. Toda situação já foi alvo de crítica de parlamentares, mas não foi resolvida, e a greve da educação não tem data para terminar.