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Milan Kundera faleceu aos 94 anos. Ele era um dissidente do Partido Comunista e que se tornou um renomado autor global. A editora francesa Gallimard, responsável pela publicação de suas obras, confirmou sua morte nesta quarta-feira, 12.

Kundera ganhou fama com sua série de romances provocativos e sensualmente carregados, que capturaram a sufocante absurdidade da vida no paraíso operário de sua terra natal, a Tchecoslováquia. Seu primeiro livro, “A Piada”, recebeu aclamação durante a Primavera de Praga de 1968, mas foi banido com força após as tropas soviéticas esmagarem o experimento de “socialismo com rosto humano” alguns meses depois.

Seu livro mais famoso é “A Insustentável Leveza do Ser”. A percepção aguçada sobre as relações humanas transporta o leitor de Kundera para o real. Mas, o melhor é o ensinamento de que o amor e sua continuidade, em última instância, parecem ser o resultado fortuito de circunstâncias aleatórias e decisões incertas. Sob essa perspectiva, Kundera sugere que rotulamos de “destino” somente aquilo que já ocorreu, como uma forma de justificar nossas ações anteriores.