Criança de 6 anos é morta a facadas nos EUA por ser muçulmana

16 outubro 2023 às 09h50

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Neste domingo, 15, um indivíduo de 71 anos foi formalmente acusado de cometer um crime de ódio ao assassinar, com golpes de faca, um menino palestino de apenas 6 anos em Illinois, nos Estados Unidos. A mãe da criança, também alvo do ataque, sofreu ferimentos múltiplos e está sob observação, conforme anunciado pelas autoridades.
O violento episódio ocorreu no sábado, 24, em Plainfield Township, situado cerca de 64 km a sudoeste de Chicago. O menino foi esfaqueado cruelmente 26 vezes com uma faca de estilo militar, equipada com uma lâmina serrilhada de 18 cm, conforme divulgado pelo Gabinete do Xerife do Condado de Will. A mãe, de 32 anos, apesar de ter sofrido múltiplas facadas, espera-se que sobreviva ao ataque. Oday El-Fayoume, pai da criança, acredita que seu filho pode ter se aproximado do agressor com a intenção de oferecer um gesto amigável.
“É difícil imaginar esse homem segurando uma faca prestes a esfaquear meu filho”, disse o pai da vítima em entrevista ao The Daily Beast. “Fico pensando que meu filho provavelmente estava correndo em direção a ele antes de ser esfaqueado, tentando dar um abraço nele.”
O gabinete do Xerife do Condado de Will declarou em comunicado que os detetives conseguiram estabelecer que ambas as vítimas foram selecionadas como alvo pelo suspeito devido à sua fé muçulmana e ao conflito em curso no Oriente Médio entre o Hamas e os israelenses.
Além disso, informou-se que o suspeito está enfrentando acusações que incluem homicídio em primeiro grau, tentativa de homicídio em primeiro grau, duas acusações de crime de ódio e agressão agravada com arma mortal.
Apesar de o suspeito ter optado pelo seu direito constitucional de permanecer em silêncio diante dos detetives, a polícia declarou ter fundamentado as acusações por meio de entrevistas e evidências. Quando as autoridades chegaram à cena do crime, encontraram o suspeito sentado no chão do lado de fora da residência, com um corte na testa. As vítimas estavam em um quarto.
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) aproveitou a oportunidade para condenar a disseminação de retórica islamofóbica e racismo anti-palestino por políticos, meios de comunicação e plataformas de mídia social, enfatizando a necessidade de interromper tais práticas.
No sábado, o diretor do FBI, Christopher Wray, alertou a conferência da Associação Internacional de Chefes de Polícia sobre a necessidade de permanecer alerta em meio a esse ambiente intensificado. Ele destacou o aumento de ameaças relatadas, especialmente de atores solitários inspirados por eventos recentes.
O presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu um comunicado condenando o que descreveu como “assassinato brutal”, expressou condolências à família do menino e desejou uma recuperação completa à mãe. Biden enfatizou que esse ato de ódio é inaceitável nos Estados Unidos, indo de encontro aos valores fundamentais do país.