Desde as eleições presidenciais de 2023, o Equador tem vivido sob a ameaça de terror das facções criminosas. Com um candidato assassinado, Fernando Villavicencio, e outros ataques, inclusive contra o atual presidente Daniel Noboa, o país entrou em uma “guerra civil”. Nesta semana, o chefe de Estado decretou estado de emergência.

O motivo foi por conta da fuga do líder da facção criminosa “Los Choneros”, José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”. Ele escapou da prisão no último domingo, 7. Mais de quatro mil policiais estão envolvidos em uma megaoperação para sua recaptura. Entretanto, o crime organizado já está organizando ataques em retaliação.

Ao mesmo tempo, os presídios de Equador tem sofrido diversas rebeliões, com casos de agentes penitenciários sendo executados pelos presos. Outro caso que ficou famoso foi a invasão do estúdio de televisão TC, em Guayaquil, que resultou em treze prisões. Os vídeos dos criminosos invadindo durante uma transmissão ao vivo circulam pela internet.

Com a escalada da violência, o presidente do Equador decretou a existência de um “conflito armado interno”. Ou seja, os militares podem tratar os criminosos como “terroristas e alvos militares legítimos”. Basicamente, uma situação de “guerra civil” entre forças de segurança e narcotraficantes.

O “Los Choneros” não são os únicos narcotraficantes presentes no Equador, atualmente o país vive em plena disputa territorial. A facção criminosa em questão é a principal da nação e um dos braços do Cartel de Sinaloa. Sediado no México, o grupo é uma das maiores organizações criminosas do tráfico de drogas internacional do plenta.

Líder dos “Los Choneros”, Villamar já havia escapado da prisão de Guayaquil em 2012, por meio de um barco no rio Daule. Só que ele foi recapturando três meses depois. Dessa vez, ele conseguiu escapar depois de ser formar em direito dentro da cadeia e com um patrimônio de US$ 23 milhões.

Também há relatos de que ele comandava a prisão e gerenciava as atividades da facção enquanto estava preso. Ao mesmo tempo, ele construiu piscinas nos espaços de banho de sol nos pavilhões. Além de organizar festas e coletivas de imprensa próprias de dentro da cadeia.

Além do grupo “Los Choneros”, ainda existe dezenas de fações no Equador brigando por espaço, incluindo a “Los Lobos”, que assumiu a autoria do assassinato de Villavicencio.