Desmoronamento em Goiânia começa a ser investigado como crime ambiental

17 janeiro 2024 às 12h03

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O desmoronamento em uma obra do Setor Marista, em Goiânia, que provocou a evacuação de dois prédios na última segunda-feira, 15, começou a ser investigado como crime ambiental pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). A investigação teve início nesta terça-feira, 16, após os moradores das edificações procurarem a especializada.
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O titular da Dema, Luziano Carvalho, deve ouvir o engenheiro responsável pela construção da Opus Incorporadora ainda esta semana. O delegado adiantou, porém, que a princípio não deve interditar a obra. O Ministério Público (MP), por outro lado, também passou a coletar dados, a fim abrir um inquérito civil público contra os responsáveis pelo empreendimento.
As causas do desmoronamento também são investigadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea), que informou que irá elaborar um relatório de fiscalização, que inclui a oitiva dos profissionais envolvidos. Caso sejam identificadas irregularidades, eles podem sofrer sanções legais.
Em nota, a incorporadora disse que recebeu nesta quarta-feira, 17, os peritos da Polícia Técnico Científica e apresentou o que foi solicitado (leia a nota completa abaixo).
Desmoronamento
O desmoronamento ocorreu na madrugada da última segunda-feira, 15, provocando a evacuação dos edifícios Catas Altas e Villa Lobos, após apresentarem rachaduras. Os moradores foram remanejados para um hotel, onde permanecem hospedados.
A empresa chegou a apresentar um laudo técnico afirmando que as rachaduras no Catas Altas são “naturais” e que os moradores poderiam voltar às residências. A Defesa Civil, por nota, informou que o laudo tem o “devido registro no Crea, realizado por profissional técnico habilitado, que atesta com plena segurança que não há riscos ao Edifício Catas Altas”.
O órgão disse ainda que continuará acompanhando o caso e que se coloca à disposição dos condôminos e da própria construtora. Mesmo com o documento, os moradores do Catas Altas se recusaram a voltar e afirmaram que vão contratar uma empresa de engenharia privada para apurar as causas do acidente.
Nota na íntegra da Opus Incorporadora
“A incorporadora responsável pela obra onde ocorreu o incidente na Rua 1128 recebeu hoje os peritos da polícia científica, prestou todos os esclarecimentos e apresentou o que foi solicitado. A empresa permanece colaborando com todos os órgãos e reitera que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos que deram causa ao incidente. Permanecemos dando toda assistência aos vizinhos para que retornem com segurança para suas casas. Nosso compromisso continua sendo a máxima segurança em benefício da sociedade e da vizinhança“.