Vingança? Casal assassinado integra grupo envolvido em morte de policial

14 julho 2023 às 10h15

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O casal assassinado por policiais militares, que foram presos na quinta-feira, 13, fazia parte da lista de oito denunciados pela morte do cabo goiano Leandro Ferreira França, ocorrida durante operação em maio de 2020 em Goiânia. Chama atenção que, dos oito investigados, apenas um continua vivo. Os demais, assim como o casal, foram mortos de forma semelhante em um intervalo de dois anos. O “sobrevivente” aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri.
França morreu após ser baleado durante operação de monitoramento em uma área utilizada para tráfico de drogas, no Jardim Guanabara, na capital. Apesar de receber ajuda de outros policiais, ele não resistiu aos ferimentos.
Na época, oito pessoas foram detidas por envolvimento no crime, sendo: Thiago Duarte Neto (vulgo Chuck), Iago Duarte Neto, Bruno Delgado da Silva, Sandriely Silva Siqueira, Ítalo Brenner Silveira de Godoy, Bruno Fillyp Costa de Freitas e Talita Souza Mendonça, que não foi processada, mas chegou a ser considerada suspeita durante as investigações. O nome do oitavo investigado, que está vivo, não foi divulgado.
Mortes começaram cinco meses depois
Essa série de assassinatos começou em outubro de 2020, cinco meses depois do homicídio do cabo França, quando o processo foi protocolado na Justiça. As primeiras vítimas foram Iago Duarte Neto e Sandriely Silva Siqueira, mortos durante confronto com militares, em Goiânia.
No mesmo mês, e de forma semelhante, a morte de Bruno Fillyp Costa de Freitas foi decretada pela polícia. No fim de 2020, Ítalo Brenner Silveira de Godoy foi executado durante um suposto confronto com policiais militares, no bairro Parque Atheneu, na capital goiana. Um processo para a apuração da conduta dos PMs foi aberto, mas acabou sendo arquivado em seguida.
Já em fevereiro do ano seguinte, em 2021, Thiago Duarte Neto e a namorada dele, Talita Souza Mendonça, foram executados a tiros, dentro de um carro no Distrito Federal. Um cachorro que estava no interior do veículo, no colo da mulher, também acabou baleado.
Pouco mais de um ano depois, em novembro de 2022, Bruno Delgado da Silva foi executado ao lado de um amigo, em Altamira, no sudoeste do Pará. As vítimas estavam no interior de um veículo quando foram alvejadas. Entretanto, ninguém foi preso pelo crime.
A oitava pessoa denunciada pela MPGO é a única envolvida na morte de França que está viva. Ela aguarda ser julgada pelo Tribunal do Júri pela participação no homicídio do policial.
Policiais são presos
Na quinta-feira, 13, sete policiais militares de Goiás e um PM da reserva do Distrito Federal foram presos por envolvimento no homicídio de Thiago e Talita durante a Operação Vindicta, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A corporação contou com o apoio da PC de Goiás, além das corregedorias das polícias militares de Goiás (PMGO) e da capital do país (PMDF) e do Ministério Público (MPDFT).
As diligências, segundo a polícia, continuam para apurar a responsabilidade e a participação de cada um dos policiais nos assassinatos. Durante a operação, as forças policiais fizeram buscas em 25 endereços ligados aos suspeitos, para recolher elementos que possam auxiliar a elucidar os fatos. As buscas e prisões ocorreram no Distrito Federal, bem como nos municípios goianos de Luziânia, Valparaíso, Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade.
Operação Vindicta foi o nome dado à ação realizada ontem,13, em referência à palavra vingança.