O líder do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, reclamou do que se referiu como “humilhações” enfrentadas pelos deputados de sua legenda, referindo-se às recentes operações da Polícia Federal contra Alexandre Ramagem e Carlos Jordy, ambos do Rio de Janeiro. Costa Neto também pressionou o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para agir e evitar futuras ações semelhantes contra parlamentares.

Valdemar lamentou a falta de resposta de Pacheco, afirmando que os membros do Congresso são frequentemente alvo de invasões, como a ocorrida no apartamento de Carlos Jordy. Reclamou ainda dizendo ser “inaceitável”, considerando as imunidades e prerrogativas dos congressistas. Costa Neto criticou a falta de liderança no Senado Federal, o que, segundo ele, mantém os legisladores constantemente em uma situação desfavorável.

Em resposta às declarações de Valdemar, Pacheco emitiu uma nota na qual, sem mencionar diretamente o presidente do PL, o acusou de ser “incapaz de organizar a oposição”. O presidente do Congresso criticou sua abordagem política, focada em ampliar ganhos com o Fundo Eleitoral em vez de promover uma oposição eficaz, inclusive para limitar decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entenda o caso

Durante a semana passada, dois parlamentares do Partido Liberal (PL) foram alvos de operações conduzidas pela Polícia Federal (PF). O primeiro caso ocorreu em 18 de janeiro, quando Carlos Jordy foi alvo de busca e apreensão durante a 24ª fase da operação Lesa Pátria. Essa operação teve como objetivo identificar indivíduos envolvidos no planejamento, financiamento e incitação de atos extremistas ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado. Jordy, que é pré-candidato à prefeitura de Niterói (RJ) pela sigla, negou qualquer ligação com os eventos do 8 de Janeiro em declarações à imprensa no mesmo dia.

Já na quinta-feira, 25, Alexandre Ramagem, também deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, foi alvo da operação Vigilância Aproximada. Essa operação investiga alegadas atividades de espionagem ilegal realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem ocupou o cargo de chefe da Abin durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de julho de 2019 até março de 2022, quando deixou o posto para concorrer a um assento na Câmara dos Deputados. Agentes da PF realizaram buscas em seu gabinete na Câmara, localizado em Brasília.

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