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Preso desde o dia 23 de novembro por atirar 15 vezes contra a ex-mulher, Naçoitan Leite pode retornar a ser prefeito de Iporá caso seja solto. Isso porque até hoje o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não declarou vacância do cargo, isto é, não reconheceu e anunciou que o cargo está vago.

“O processo de impeachment, ou seja, a comissão especial de inquérito, ainda está trabalhando. Ela tem até dia 20/02 quando o prazo máximo se encerra”, explicou a vereadora Viviane Specian (PT). Juntamente com Moisés Victor (Republicanos), foram os dois vereadores que formaram oposição contra o ex-prefeito Naçoitan. O restante era da base aliada do prefeito.

Ela explicou que a Câmara Municipal de Iporá terá uma sessão ordinária na próxima semana e espera que os vereadores já possam votar. “Tenho esperança que a comissão já traga repostas em breve. Tenho cobrado da mesa diretora essa vacância. Nossa lei orgânica deixa muitas brechas”, disse Viviane.

O pedido de licença de Naçoitan do cargo de prefeito foi negado na Câmara dos Vereadores no início de janeiro. Apenas dois parlamentares se mostraram dispostos a renovar o pedido contra 11 que optaram por negar.

No dia 4 completa um mês que a vice-prefeita Maysa Cunha (PP) assumiu o cargo de prefeita interinamente. A nomeação veio duas semanas após recomendação do Ministério Público de Goiás (MPGO) à Câmara Municipal.

No dia 25 de janeiro, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu o ex-prefeito de Iporá, Danilo Gleic Alves dos Santos. Ele atuou na gestão do município entre 2013 e 2017 e foi preso por porte de munições. Durante a busca e apreensão na casa do suspeito, foram encontrados R$ 8,5 mil em espécie. O dinheiro, segundo a PC, estava escondido embaixo de um colchão. Além disso, foram localizadas 37 munições de calibre 22 intactas.

Indiciamento de Naçoitan

O prefeito de Iporá, Naçoitan Leite, foi indiciado pela Polícia Civil (PC) por tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, fraude processual majorada e posse de arma de fogo de uso restrito com numeração raspada. O mandatário municipal foi preso no dia 23 de novembro, após ficar foragido por alguns dias.

Naçoitan é investigado por invadir a casa da ex e atirar ao menos 15 vezes contra a mulher e o namorado dela. Naçoitan foi afastado temporariamente das funções de gestor municipal por recomendação do Ministério Público.

Casa da vítima destruída após invasão de Naçoitan. | Foto: Divulgação

Relembre outros casos de Naçoitan

Em um áudio distribuído a grupos de WhatsApp, Naçoitan Leite (na época do União Brasil), defendeu “eliminar” o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

No áudio de 32 segundos, o político contesta o resultado da eleição presidencial e afirma que a vitória de Lula irá levar o país “a uma guerra civil”. Por isso, defende a necessidade de “eliminar” Lula e Moraes, responsável por presidir o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o processo eleitoral.

“Até a nossa liberdade está em jogo também. Nós temos que eliminar o Alexandre de Moraes e o Lula. Dois homens estão acabando com o Brasil. Vai virar uma guerra civil por causa de dois homens. Então vamos arregaçar as mangas. Ou é agora, ou vamos virar a Venezuela. Ou pior que a Venezuela, porque o presidente da Argentina já está morando no Brasil”, diz Leite na mensagem de áudio.

Em outra ocasião, Naçoitan Leite foi filmado durante discussão de trânsito na Avenida Rio Claro, em Iporá. O motorista envolvido na discussão foi até a delegacia registrar queixa no dia 14 de setembro. De acordo com a Polícia Civil (PC), o motorista e o prefeito se apresentaram como vítimas da situação. Segundo o motorista, o prefeito, que estava no carro atrás ao seu, parou o veículo e começou a insultá-lo verbalmente.