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O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta atuação nos Estados Unidos com o objetivo de constranger autoridades brasileiras. A decisão foi tomada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, que designou o ministro Alexandre de Moraes como relator do caso.

O pedido de investigação foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com base em postagens nas redes sociais e entrevistas concedidas por Eduardo. Segundo a PGR, há indícios de que o deputado tentou mobilizar sanções internacionais contra membros do Judiciário brasileiro, o que poderia configurar tentativa de interferência em processos criminais em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

“Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal”, afirmou a Procuradoria. Ainda segundo a PGR, a conduta do parlamentar pode configurar crimes como coação no curso do processo e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa.

Em março, Eduardo Bolsonaro anunciou licença do mandato para morar nos Estados Unidos, onde está desde o fim de fevereiro. A PGR destaca que, além de ser diretamente beneficiado pelas ações do filho, Jair Bolsonaro declarou ser o responsável pelo custeio da estadia de Eduardo no país estrangeiro.

A PGR também solicitou que o ex-presidente Jair Bolsonaro preste depoimento ao STF para esclarecer os fatos. Além disso, foi pedido que o Supremo ouça autoridades diplomáticas brasileiras nos Estados Unidos que possam ter conhecimento das movimentações do deputado.

O inquérito é mais um desdobramento da série de investigações que cercam a atuação do ex-presidente e de seu núcleo político.