A equipe do governo de transição apresentou na manhã desta quinta-feira, 22, o relatório final. Os trabalhos foram divididos em mais de 30 grupos temáticos. Alckmin coordenou as atividades, enquanto ex-ministro Aloizio Mercadante chefiou grupos temáticos. O anúncio foi realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann (PR) foi a primeira a discursar no evento. Ela afirmou que o trabalho das equipes de transição resultou em um “diagnóstico preciso” do governo e servirá para o desenvolvimento das atividades dos futuros ministros.

Na sequência, Geraldo Alckmin, coordenador da transição, apresentou dados sobre diversas áreas analisadas pela equipe. Ele disse que, na área da educação, houve “enormes retrocessos”. “Aprendizagem diminuiu, a evasão escolar aumentou. Os recursos para essenciais, como merenda escolar, ficaram congelados em R$ 0,36, e tivemos quase um colapso dos institutos e das universidades”, disse o vice-presidente eleito.

Em relação à área de saúde, Alckmin destacou a queda na vacinação e o alto índice de mortes por Covid-19. “50% não tomaram dose de reforço de poliomielite. Poliomielite mata e deixa sequela. Aliás, três coisas mudaram o mundo: água tratada, vacina e antibiótico. Há um grande desafio pela frente na saúde. A má condução da saúde fez com que o brasil tendo 2,7% da população mundial tivesse quase 11% das mortes por Covid, nessa pandemia mundial”.

Sobre Segurança Pública, Alckmin afirmou que a política armamentista de Jair Bolsonaro pode ter relação com o aumento do feminicídio. “A distribuição absurda de armas na mão das pessoas levou infelizmente a um recorde de morte de mulheres, o feminicídio. Tivemos em 6 meses 700 mortes feminicídio e por arma de fogo”, declarou.

Segundo Alckmin, a equipe de transição constatou queda nos recursos para a cultura. “Na cultura tivemos redução de quase 90% de recursos para cultura. Cultura e economia criativa é emprego na veia, distribuidora de renda”, afirmou.

Alckmin disse que a gestão Bolsonaro diminuiu repasses para o programa Minha Casa, Minha Vida – de construção de moradias populares para pessoas de baixa renda. “Na habitação […], praticamente zerou a faixa 1, que é a mais importante do ponto de vista social, são aqueles que ganham menos de R$ 1,8 mil. Se tirou praticamente da possibilidade de casa própria as famílias de baixa renda”, declarou.

O vice-presidente eleito também destacou o aumento do desmatamento, em especial na Floresta Amazônica. “Na questão do Meio Ambiente, tivemos aumento de 59% do desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022. E, nas últimas semanas, 30 dias, 1.216% de aumento nas queimadas. Uma devastação das florestas, não por agricultores, mas por grileiros de terra. Quando o grande desafio do mundo é a questão de combater a questão das mudanças climáticas”, declarou.