Acidentes com bicicletas elétricas aumenta alerta para perigo com baterias

04 julho 2023 às 12h33

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Em apenas três anos, o número de incêndios com morte provocados por veículos elétricos movidas por baterias de lítio ficou empatado com o dos causados por problemas elétricos gerais e ultrapassou o dos que começaram quando alguém estava cozinhando ou fumando, na lista de principais causas desse tipo de acidente. Os dados são da cidade de Nova York.
Uma série de acontecimentos ao redor do mundo, como os incêndios mortais em Nova York, estão sendo atribuídos a esse tipo de bateria, com destaque para bicicletas elétricas e transportes parecidos, gerando novas preocupações acerca dos demais dispositivos que também utilizam essas baterias.
O perigo ocorre quando uma célula entra em “descontrole térmico”, reação em cadeia na qual o calor se desenvolve com extrema rapidez, criando uma ameaça de incêndio e, às vezes, explosão. Uma célula pode entrar em descontrole térmico por sobrecarga, defeito de fabricação ou calor de uma célula adjacente.
Outras preocupações
Os veículos elétricos se tornaram uma opção para quem trabalha nos grandes centros urbanos e querem fugir do preço alto da gasolina. Sem fiscalização para esse tipo de transporte, muitos não respeitam a sinalização de trânsito, expondo a si mesmos e ao seus pares a grandes riscos.
Além disso, os veículos são muito silenciosos, o que faz com que não sejam notados pelos outros motoristas e motociclistas e os usuários utilizam em sua grande maioria capacetes muitos simples, geralmente abertos e que pouco protegem de eventuais quedas.
Nova resolução
Na semana passada, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou uma resolução que atualiza a classificação de algumas categorias de veículos, em especial os ciclomotores e bicicletas elétricas. Até aqui, algumas questões importantes ainda permaneciam em aberto. Uma delas era se as bikes elétricas precisam ter itens como velocímetro e retrovisores. É aí que entra a nova resolução.

A resolução entrou em vigor a partir do dia 1° de julho de 2023. Veículos vendidos que ainda não possuem código, modelo ou versão, necessários para conseguir fazer o registro e licenciamento junto aos departamentos de trânsito, têm até 31 de dezembro deste ano para atender as novas regras.
Veja o que muda:
- Veículos que atingem até 50 km/h, com motor de até 50 cm³ e duas ou três rodas serão classificados como ciclomotores.
- Bicicletas elétricas devem vir com um sistema que aciona o motor apenas quando o condutor está pedalando.
- Além da classificação, foram listados equipamentos necessários para melhorar a proteção dos condutores e pedestres.
- Será obrigatório que as e-bikes tenham indicador de velocidade, campainha (buzina), iluminação (ou sinalização) noturna dianteira e lateral e espelhos retrovisores.
- Para ciclomotores (motos compactas e scooters, por exemplo) será obrigatório o registro e emplacamento e a emissão de autorização para conduzir ciclomotores (ACC) ou carteira nacional de habilitação (CNH) na categoria A.
É esperado que as novas regras facilitem na hora do registro e licenciamento. Segundo o órgão, os órgãos locais de trânsito devem fiscalizar para garantir o cumprimento das novas regras.