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Açougueiro mudou-se para Portugal e teve a prisão decretada pela Justiça. Ele deveria comparecer em juízo todo mês e estava proibido de sair de Goiânia sem aviso prévio

Nome de Marquinhos consta no site da Interpol desde a semana passada
Nome de Marquinhos consta no site da Interpol desde a semana passada | Foto: Reprodução/Interpol

Acusado de ter envolvimento no crime que vitimou em 2012 o cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira, o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, conhecido como Marquinhos, teve o nome incluído na lista vermelha de foragidos da Organização Internacional de Polícias (Interpol) na semana passada. Em março deste ano, o réu fugiu para a Europa com toda a família e mora atualmente em Portugal, alegando estar com medo de ser morto

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No dia 24 daquele mês, o juiz Lourival Machado da Costa decretou a prisão do réu e a Justiça enviou o mandado à Interpol, já que o suspeito descumpriu condições do habeas corpus, recebido em junho de 2013.

Além de denúncias, fotos encontradas na página pessoal da esposa do açougueiro no Facebook mostram a família em uma região supostamente localizada em Portugal. O perfil foi deletado após divulgação das imagens.

Em entrevista concedida pela internet ao Jornal Record Goiás e apresentada na noite de quarta-feira (2), Marquinhos disse que sua situação no país está ilegal, pois está desempregado. Anteriormente, entretanto, ele disse estar regular, comentando que toda a documentação para viagem ao exterior, como o passaporte e o visto, foram retirados normalmente no país.

Diante da situação,  o advogado Valério Luiz Filho, o filho do cronista, afirmou ao Jornal Opção Online que descobriu a inclusão do réu por meio de monitoramento no site da Interpol. Desde então, vistoria as movimentações do acusado e compartilha a foto e o link nas redes sociais.

Após ter sua prisão revogada em 29 de junho de 2013, o acusado deveria comparecer em juízo todo mês e estava proibido de sair de Goiânia sem comunicação prévia. No entanto, a última vez que apareceu foi em 30 de setembro de 2013. Um oficial de justiça tentou intimá-lo a comparecer em 48 horas para justificar a ausência, mas sem sucesso, pois foi constatado que ele estava morando em lugar desconhecido.

O caso

Valério Luiz foi executado a tiros aos 49 anos quando saía da então “Rádio Jornal 820 AM”, no Setor Serrinha, em Goiânia. O cronista era filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira, o Mané de Oliveira. As investigações apontaram que o jornalista foi morto pelas duras críticas dirigidas a diretoria do Atlético Clube Goianiense (ACG) no Jornal de Debates, na “Rádio Jornal”, e no programa Mais Esporte, da “PUC TV”. A morte do cronista esportivo completa dois anos no próximo sábado (5/7), quando ocorrerá uma passeata em protesto à demora na conclusão do caso.

Ex-presidente do time, o cartorário Maurício Sampaio é o acusado de ser o mandante do crime e responde em liberdade. Em junho de 2013, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira concedeu habeas corpus aos quatro acusados de envolvimento na morte do radialista: Marquinhos, o cabo da Polícia Militar Ademá Figueredo, o sargento Djalma da Silva e o motorista Urbano de Carvalho Malta.