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Argumento seria de que o ex-presidente não teria ligação com a invasão do Capitólio estadunidense

Donald Trump em comício que teria instigado radicais a invadir Capitólio nos Estados Unidos. │Foto: Reprodução/Twitter

O julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump terá nesta sexta-feira, 12, a apresentação dos advogados de defesa do republicano. Após dois dias em que deputados do time de acusação basearam seus argumentos nas imagens da invasão do Congresso americano, os advogados de Trump se preparam para admitir que a violência no Capitólio foi traumática, inaceitável e ilegal, como os parlamentares democratas dizem.

Contudo, os advogados do ex-presidente pretendem argumentar que Trump não está relacionado com o que ocorreu no Capitólio. A linha de raciocínio deve cativar senadores republicanos que querem passar a imagem de que rejeitam a invasão, sem condenar o ex-presidente ao mesmo tempo.

A votação dos senadores para condenar ou absolver Trump pode ocorrer na sexta ou no sábado, a depender do tempo que a defesa levará para apresentar seus argumentos.

Em petições e argumentos apresentados na semana passada, a defesa de Trump deixou claro sua posição de que os responsáveis pelo levante são aqueles que de fato invadiram o prédio e agora respondem a processos do Departamento de Justiça.

Contra-argumentos

Antecipando o esforço que a defesa fará para dissociar a retórica de Trump da ação dos invasores, o time de acusação passou dois dias na tentativa de mostrar a conexão entre as duas coisas. Isso incluiu gravações inéditas e vídeos do ex-presidente por meses estimulando seus apoiadores a não aceitar o resultado das urnas.

Os democratas, que encerraram a acusação nesta quinta, usaram vídeos e palavras dos próprios manifestantes no dia 6 de janeiro para argumentar sobre a responsabilidade de Trump. “Nós fomos convidados” disse um dos invasores do Capitólio. “Trump nos mandou”, disse outro. “Ele vai ficar feliz. Estamos lutando por Trump.”

Além de buscar a condenação no impeachment, os democratas também pedem que o ex-presidente seja impedido de ocupar cargos federais no futuro. “Esse ataque nunca teria ocorrido se não fosse por Donald Trump”, disse a deputada Madeleine Dean, uma das autoras do impeachment.

Para Trump ser condenado seriam necessários votos de dois terços do Senado, ou seja, 67 das 100 cadeiras. Os republicanos, membros do partido do ex-presidente, ocupam metade (50) das cadeiras na Casa, o que torna a chance de condenação baixa.

[Esta matéria conta com informações do Estadão Notícias]