Alunos da PUC Goiás protestam contra abaixo-assinado que proíbe faxineiras em elevadores
21 maio 2015 às 16h21

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Em manifestação, universitários da Área V da instituição colocaram vassouras e latões de lixo virados em direção ao bloco do curso de Direito
Estudantes dos cursos de Jornalismo, Direito e Publicidade da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (21/5) contra um suposto abaixo-assinado que pedia a proibição da entrada de profissionais de limpeza nos elevadores da unidade.
Alunos do curso de Direito da universidade teriam sido os autores do controverso documento, que não chegou a ser entregue à direção da PUC-GO. Em protesto, alunos do Área V da universidade, localizado no Setor Jardim Goiás, colocaram vassouras e latões de lixo virados em direção ao bloco do curso de Direito.
O suposto abaixo-assinado resultou em um acalorado debate nas redes sociais. No Facebook, alunos narraram episódios que comprovariam a existência do documento. “Uma ação discriminatória ao extremo, dotada de uma maldade imensurável”, diz a descrição do evento criado na rede social, intitulado “Ato em Repúdio à Discriminação no Campus V PUC-GO”.
Em entrevista ao Jornal Opção Online, o estudante do curso de Direito Rodrigo Ungarelli contou que não chegou a ver o abaixo-assinado, mas teve conhecimento da existência do documento por meio de rumores na universidade. Segundo ele, a ação contra os funcionários de limpeza foi apoiada por alunos e até por professores da instituição.
De acordo com o acadêmico, o ato realizado pelos alunos nesta quinta-feira ganhou adesão de grande parte da comunidade acadêmica. O aluno contou, ainda, que não chegou a haver confronto entre alunos. “As pessoas que promoveram isso se omitem. Elas não se manifestaram.”
Durante a entrevista, Ungarelli destacou as condições desvantajosas e discriminatórias que os profissionais da limpeza da universidade enfrentam. “Eles são terceirizados e isso os distancia da universidade. Eles não têm direito a bolsas, por exemplo, como têm o restante dos servidores”, explicou.
Em nota, a PUC-GO afirmou que não recebeu nenhum documento desta natureza e reafirmou o seu “compromisso incondicional com o respeito e promoção da dignidade de todas as pessoas”. No comunicado, a unidade defende que a suposta existência do abaixo-assinado contraria a identidade institucional da PUC.