Quase todas as áreas públicas que a Prefeitura de Goiânia colocou à venda já possuem destinação e utilização em sua maioria, conforme o previsto. São parques esportivos, Casa de Idosos, playground, espaços comunitários, praças e parques infantis, centro comunitários, de emprego e renda, além de áreas institucionais. Ao todo, a gestão de Rogério Cruz (SD) enviou um projeto de lei para a Câmara Municipal com o intuito de desafetar 76 Áreas Públicas Municipais (APM).

A justificativa apresentada pela prefeitura é que as áreas “atualmente se encontram sem uso específico e desocupadas, o que implica em não estar cumprindo com as funções sociais de maneira apropriada”, diz o documento enviado ao Legislativo.

Nos bastidores, porém, o objetivo com a venda é arrecadar valores para o pagamento de precatórios do município com a destinação das áreas públicas para a iniciativa privada. Ao todo, a venda pode render R$ 131 milhões para os cofres públicos.

Lista dos setores que podem ter áreas vendidas:
  • Setor Grajaú
  • Setor Orientville
  • Setor Três Marias
  • Setor Recrio Mansões do Campus
  • Vila Rosa
  • Fazenda Caveiras
  • Cristina Continuação
  • Bairro Floresta
  • Bairro São Domingos
  • Jardim das Rosas
  • Jardim Bella Vitta
  • Jardim Colorado I
  • Fonte Nova I
  • Jardim Imperial
  • Jardim Ipanema
  • Residencial Alice Barbosa I
  • Residencial Bela Goiânia
  • Residencial Buena Vista II
  • Residencial Coronel Álvaro Alves
  • Residencial Flórida
  • Residencial Flores do Parque
  • Residencial João Paulo II
  • Residencial Ouro Preto
  • Residencial Paulo Estrela
  • Residencial Portal da Mata
  • Residencial Porto Dourado
  • Residencial Português
  • Residencial Santa Fé I
  • Alto do Vale
  • Residencial Solar Bougainville
  • Residencial Serra Azul
  • Residencial São Leopoldo
  • Residencial Rio Verde
  • Residencial Recanto dos Buritis
  • Residencial Jardim Florença
  • Jardim Clarissa
  • Jardim Ipê
  • Residencial Beatriz Nascimento
  • Residencial Buena Vista I
  • Residencial Dom Rafael
  • Jardim Gramado
  • Bairro da Vitória
  • Residencial Solar Ville
  • Jardim Imperial
  • Residencial Arco Verde
  • Tpynamba dos Reis
  • Jardim Itália
  • Residencial Guarema
  • Residencial Montes Claros
  • Residencial Flores do Parque

Descrição dos locais

Os locais compreendem áreas que vão de 600 m² a 18 m², e algumas têm mais de R$ 5 milhões de valor venal. É o exemplo da AMP 18, no Setor Três Marias. O espaço destinado a ‘Equipamento Urbano’ vale R$ 5.726.443,69 e a área total é de 8.8 mil m².

Há outras duas áreas com valores que ultrapassam os R$ 5 milhões. A AMP Gleba 1b, com valor de R$ 5.757.651,62 milhões e uma área total de 28,2 mil m². A outra fica na Vila Rosa. A AMP 8 tem valor de R$ 5.290.601,53 e área de 2,4 mil m².

Oito locais estão destinados para a criação de um Centro de Assistência ao Idoso, sendo um no Jardim Imperial no valor de R$ 1,9 milhões e 6 mil m²; um no Bairro da Vitória no valor de R$ 3,1 milhões e 8,6 mil m²; uma Casa de Idosos no Jardim Gramado no valor de R$ 3 milhões e 7 mil m²; Casa de Idosos no Residencial Dom Rafael no valor de R$ 1,3 milhões e 4,1 mil m²; Casa de Idosos no Residencial Buena Vista I no valor de R$ 2,2 milhões e área total de 8,1 mil m²; Casa de Idosos no Residencial Beatriz Nascimento no valor de R$ 1,6 milhões e 5 mil m²; Centro de Assistência ao Idoso no Residencial Granville no valor de R$ 3 milhões e 3,5 mil m².

Já os espaços destinados para o desenvolvimento de crianças e adolescentes e/ou parques infantis, são quatro locais: No Solar Ville, o espaço para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente tem valor venal de R$ 2,9 milhões e 7,3 mil metros quadrados. No Jardim Clarissa, o Parque Infantil de 5,2 m² tem valor venal de R$ 2,8 milhões; É o que ocorre também no Jardim das Rosas, onde o Parque Infantil, de 6,7 mil m² e valor venal de R$ 2 milhões pode ser vendido.

Confira a lista completa das áreas:

Aprovação em 1º turno

Os vereadores de Goiânia aprovaram a proposta para desafetar as 76 áreas públicas da Capital no final da manhã desta quinta-feira, 11. Temendo desgastes por causa do projeto, a votação foi simbólica — ou seja, apenas quem votou contra teve o nome divulgado, enquanto os favoráveis se utilizaram de manobra regimental para não revelar o voto. Doze vereadores manifestaram voto contrário entre os 29 que assinaram a lista de presença.

Votos contrários: Aava Santiago (PSDB), Bill Guerra (MDB), Denício Trindade (UB), Fabrício Rosa (PT), Igor Franco (MDB), Kátia Maria (PT), Lucas Kitão (UB), Paulo Magalhães (UB), Pedro Azulão Jr. (MDB), Raphael da Saúde (Solidariedade), Sargento Novandir (MDB) e Willian Veloso (PL).

Além da crítica dos vereadores, a matéria também foi alvo dos pré-candidatos a Prefeitura de Goiânia. Sandro Mabel, do União Brasil, se reuniu com os parlamentares na terça-feira para tentar impedir a tramitação do projeto. Vanderlan Cardoso, do PSD, Matheus Ribeiro e Fred Rodrigues também se posicionaram contrários à aprovação e ameaçam reverter a decisão na Justiça.

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