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Segundo a agência de notícias russa Tass, que cita fontes do Kremlin (sede do governo russo), a Rússia teria concedido asilo político a Bashar al-Assad, ditador sírio deposto neste final de semana. Segundo a agência russa, Assad se encontra em Moscou, após ter sido deposto por movimento rebelde no país que governou durante 24 anos.

Apesar do que é divulgado pela mídia local, representantes oficiais do Kremlin negam possuir informações sobre o paradeiro do ditador. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirma que “quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês. O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção”.  

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda-feira, 9, a pedido da Rússia, para discutir a situação na Síria. A reunião deve acontecer por volta das 17h, no horário de Brasília.

No domingo, 8, representantes do governo russo confirmaram a saída de Assad do país e a ordem deixada por ele para realizar uma “transição pacífica de poder”.

Entenda o conflito

Queda de Bashar al-Assad: rebeldes jihadistas assumem controle de Damasco

A capital síria, Damasco, foi tomada neste final de semana pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), marcando o fim do regime de Bashar al-Assad após mais de duas décadas no poder. Assad sustentava seu domínio com apoio de aliados como Rússia, Irã e Hezbollah.

A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, parecia ter entrado em uma fase de trégua relativa nos últimos anos, após um período devastador que deixou cerca de 500 mil mortos e milhões de deslocados. Assad conseguiu manter-se no poder graças ao apoio militar de Moscou, Teerã e da milícia libanesa.

No entanto, mudanças no cenário internacional enfraqueceram essa rede de sustentação. Enquanto a Rússia concentra esforços na guerra contra a Ucrânia e o Irã enfrenta tensões crescentes com Israel, o Hezbollah também foi severamente impactado, perdendo líderes-chave em ataques israelenses recentes.

Analistas apontam que a sobrecarga de conflitos impede que aliados de Assad priorizem a Síria. Um representante ucraniano afirmou que a situação ilustra a dificuldade da Rússia em sustentar múltiplas operações militares.

No sábado, surgiram relatos de que tropas iranianas e do Hezbollah começaram a deixar a Síria, indicando que a queda de Assad pode representar um ponto de virada na dinâmica de poder no Oriente Médio.