Esquema teria movimentado pelo menos R$ 71 milhões em uma década, por meio de concorrências fraudulentas em licitações

Uma das lojas da Tropical Pneus: empresa é alvo de operação do MPGO por fraudes em licitações | Foto: Reprodução

O Jornal Opção teve acesso aos nomes dos alvos de mandados de prisão preventiva pelo Ministério Público do Estado de Goiás, na Operação Fator R, deflagrada nesta terça-feira, 26, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A ação do grupo especializado do MPGO apura fraudes que teriam ocorrido em licitações envolvendo a empresa Tropical Pneus. Segundo a investigação, havia pelo menos seis pequenas empresas criadas para fazer a concorrência entre si em licitações de vários Estados, inclusive Goiás – outros seriam Tocantins, Bahia e Mato Grosso.

Pela apuração do Gaeco, a movimentação teria rendido ao esquema ao menos R$ 71 milhões  em dez anos.

As pessoas físicas e jurídicas que foram objetivo de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, em ordem alfabética, são os seguintes:

Pessoas

  • Bruno Ferré de Jesus
  • Clodoaldo José Barbosa
  • Elias Fernando Morello
  • Esmeraldo Francisco Barbosa
  • Lázaro de Sousa Toledo
  • Lisa Fabiana Barros Ferreira
  • Lucas Lino de Oliveira
  • Lucenir Teixeira Marques
  • Luciara Rocha Lopes
  • Miguel Roberto Ferreira Barbosa
  • Paulo Augusto Monteiro
  • Paulo Sérgio Vieira Andrade
  • Rackel Xavier Ferreira Magalhães
  • Raphael Xavier Ferreira
  • Sérgio Carlos Ferreira
  • Sérgio Carlos Ferreira Filho
  • Sônia Bueno de Carvalho
  • Valéria Xavier Nunes Ferreira
  • Wener Miranda da Silva

Empresas e demais pessoas jurídicas

  • Baby Luz Creações de Roupas Infantils Ltda
  • Companhia de Urbanização de Goiânia
  • Metrobus Transporte Coletivo S/A
  • Município de Aparecida de Goiânia
  • Município de Goiânia
  • Pneus Barbosa Ltda
  • Pneus Ferreira Ltda
  • Pneus Garavelo Ltda
  • Pneus Via Nobre Ltda (seis CNPJs com nome de fantasia “Tropical Pneus”)
  • Serra Pneus Ltda
  • Tropical Pneus Ltda

Luciara Rocha Lopes é servidora da Assembleia Legislativa de Goiás, mas seu envolvimento não teria nenhuma relação com seu local de trabalho, segundo apuração feita pela reportagem.

Defesa

O advogado Romero Ferraz Filho informa que ajuizará pedido de liberdade ao juiz e impetrará Habeas Corpus buscando ao Tribunal de Justiça a revogação das prisões preventivas. Ele sustenta que não há crime no planejamento sucessório, instrumento jurídico que prevê, inclusive, a criação de empresas, que, por sua vez, resguardam questões tributárias dentro dos limites legais e que todos os fatos serão esclarecidos.

Portanto, não há nada que justifique as prisões, as quais se tenta a revogação antes mesmo da audiência de custódia.