Ciro Gomes muda de postura e articula com o centro

30 abril 2022 às 13h25

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O pedetista flexibiliza sua postura, abranda seus ataques e tenta se promover como alternativa à polarização de Lula e Bolsonaro

O ex-governador do Ceará e pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) está há mais de um ano estagnado na corrida eleitoral. Em abril do ano passado, o pré-candidato tinha 9% de intenções de voto, enquanto em abril deste ano registra 8%. Segundo o que escreveu João Pedroso de Campos na revista Veja, a estratégia familiar do pedetista, que consiste em atacar indiscriminadamente candidatos à frente e atrás na corrida, deve ser flexibilizada nos próximos meses, com a abertura do diálogo entre Ciro e os partidos do centro.
O cenário para as siglas centristas é de indecisão: enquanto Lula (PT) perde amplo favoritismo para Jair Bolsonaro (PL), partidos como PSDB, Cidadania e MDB hesitam em pular dentro de qualquer um dos dois barcos. Ciro Gomes conversa com Luciano Bivar, do União Brasil, partido que já tem alianças com o PDT em estados como Goiás e Bahia. Neste sábado, 30, o fato político do dia é a visita do governador Ronaldo Caiado (UNIÃO) à cidade de Quirinópolis, cujo prefeito Anderson de Paula é do PDT e articula apoios entre prefeitos do Sudeste goiano em prol da pré-candidatura à reeleição de Caiado.
Na Bahia, o PDT irá engrossar os palanques de ACM Neto (UNIÃO). As siglas também caminharão juntas em Santa Catarina, Alagoas e Mato Grosso. Da mesma forma, o PDT apoiará o PSD de Gilberto Kassab em Minas Gerais, estado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que elogiou Ciro Gomes recentemente. Desta forma, Ciro Gomes e seu partido articulam alianças com o “centro democrático” e representantes da “terceira via” que se apresentam como alternativa à polarização de Lula e Bolsonaro.