Segundo ele, suposta dívida de R$ 10 motivou violência de funcionário do Pão de Açúcar na capital

O publicitário Gustavo Mendes tentou fazer uma compra de dois pães e um bolo no valor de R$ 10,14 no hipermercado da rede Pão de Açúcar na última semana, mas um erro no sistema o fez terminar a noite na delegacia . Em entrevista ao Jornal Opção, o jovem afirma que foi brutalmente espancado pelo segurança da unidade localizada na Avenida T-63, na capital.

De acordo com Gustavo, após selecionar os itens, ele foi ao caixa efetuar o pagamento, digitou a senha do cartão de débito, sendo confirmada a transação. “A impressora fiscal chegou inclusive a imprimir um papel que não me foi entregue”, relatou. Mesmo assim, segundo ele, o caixa informou que o sistema interno teria tido um problema e ele deveria fazer novamente o pagamento.

Ele, então, chamou a gerente e mostrou, em seu celular, o extrato do banco que confirmava a transação. A responsável, no entanto, disse que o valor seria estornado e reforçou o pedido para o segundo pagamento. Depois disso, o cliente resolveu deixar o local, mas acabou sendo seguido pelo segurança.

Comprovante de pagamento confirma transação

“O segurança chegou peitando, esbarrando, gritando e tentando impedir minha passagem. Quando menos espero, ele dá uma porrada nas minhas compras e jogou tudo no chão. O sangue subiu a minha cabeça e, quando me virei, já fui recebido com socos. Comecei a apanhar, recebendo porradas na cabeça e nas costas enquanto ele gritava ladrão e me chamava de bandido”, contou.

“Meio atordoado pelas pancadas, ouvi o segurança gritar pro PM que eu era bandido, e ele com toda o carinho do mundo exigiu que eu colocasse as mãos pra trás. Enquanto fui tentar calçar a sandália que havia sido arrancada enquanto eu apanhava, o PM achou que eu estava resistindo e me deu um rasteira. Caí com a cara no chão”, continuou.

Por fim, ele acabou sendo levado pela Polícia Militar para a 4a DP, onde foi autuado por desacato, sendo liberado somente após pagamento de fiança no valor de um salário mínimo. De acordo com Gustavo, o comprovante o liberou de ser fichado por roubo.

O publicitário pretende processar a rede de supermercados por danos morais. “Foi a situação mais humilhante e vexatória da minha vida. Fui linchado em praça pública por toda a vizinhança. Machucados físicos já estão sarando, mas a cabeça acho que vai ficar marcada para sempre”, desabafou.

Resposta

Em nota, o Pão de Açúcar informou que “tentou explicar ao cliente que sua primeira compra seria estornada em 72 horas e que, por essa razão, se fazia necessário passar o cartão uma segunda vez”, mas que o “consumidor se exaltou com o segurança local e as autoridades competentes o encaminharam à delegacia”.

“A rede continua à disposição do cliente para prestar novamente qualquer esclarecimento sobre o ocorrido”, finaliza o comunicado da empresa responsável pela assessoria do hipermercado.