Comerciantes temem baixa movimentação após início das obras na Av. Goiás
05 julho 2019 às 11h36

COMPARTILHAR
Secretário de Municipal de Trânsito pede paciência e parafraseia prefeito: “os transtornos passam, os benefícios ficam”

Conforme mostrado pelo Jornal Opção na manhã desta sexta-feira, 5, o secretário Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade, Fernando Santana, deu detalhes de como serão feitos os desvios após a interdição da Avenida Goiás para obras do BRT. As movimentações terão início já na segunda-feira, 8.
O mapeamento apresentado pela Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) mostra que o trânsito da Av. Goiás no sentido Norte/Sul será desviado pelas ruas 70 e 68, ambas paralelas à Goiás. O desvio implicará também na proibição de estacionamento na faixa da direita das duas ruas que receberão o trafego de veículos durante as obras.
As alterações têm despertado preocupação nos comerciantes da região que temem quedas drásticas nas vendas de seus produtos. A reportagem conversou com a proprietária de uma loja de artigos para tapeçaria e decoração, Monara Ribeiro, sobre a interdição da via.
A empresária disse que já estima uma diminuição no fluxo de caixa nos dias em que o trânsito estiver desviado. “Essa interdição nos pegou de surpresa. Ninguém nos procurou para prestar qualquer esclarecimento ou ao menos nos informar sobre essa previsão de bloqueio. Tudo o que sabemos, tomamos conhecimento pelos jornais”, lamentou.

Para ela, se os comerciantes tivessem ao menos a certeza de que os prazos serão, de fato, cumpridos “todos ficariam mais tranquilos”. “Mas o que vemos são vários trechos dessa mesma obra parados. Isso nos desmotiva. Sinceramente? Não acredito no cumprimento desses prazos. Isso ainda deve se arrastar por muito tempo”, disse.
A comerciante Telma da Silva também lamentou a chegada das obras à Goiás. “Se não pode haver movimento, também não haverá clientes. Não duvido que alguns comerciantes fechem suas portas. Nosso aluguel é caro, as despesas não param de chegar e sem compradores, como poderemos nos manter? Poucas obras são concluídas dentro do prazo anunciado”.
A loja de produtos naturais de Telma está instalada na Av. Goiás há mais de seis anos. O movimento, segundo ela, já vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Agora, com a paralisação parcial de uma das principais avenidas da Capital, Telma teme o “inestimável”. “Não tenho condições de prever quanto posso ter de prejuízo. Só nos resta esperar para ver no que vai dar”.
Paciência
Em entrevista, o secretário Fernando Santana disse que a prefeitura tem avisado os comerciantes sobre a interdição da via. Além disso, o titular também acrescentou que não deve acabar com a Zona 40, como tem sido pedido por eles. “As pessoas precisam ter paciência. Não tenho dúvidas que depois do BRT a cidade será outra. Como diz o nosso prefeito: ‘os transtornos passam, mas os benefícios ficam’”, argumentou.

Diante da incerteza dos comerciantes em relação ao cumprimento dos prazos, a reportagem questionou o secretário sobre possíveis imprevistos que podem gerar morosidade na entrega da obra. “A engenharia da SMT tem acompanhado os projetos do prefeito Iris e estamos preparados para fazer as intervenções necessárias. Estamos elaborando estudos buscando não sermos pegos no imprevisto”.