Crise hídrica e elétrica em Goiás é tema de audiência pública
09 agosto 2021 às 18h38

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Baixo volume de chuvas tem levado autoridades a pensarem e debaterem ações que diminuam o impacto de crises no Estado

Foi realizada na manhã desta segunda-feira, 9, uma audiência pública remota que tratou da crise hídrica e elétrica em Goiás. Estiveram presentes representantes da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) e da Enel. A audiência foi comandada pelo deputado estadual Jeferson Rodrigues (Republicanos) e contou com a participação de Lucas Calil (PSD), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Parlamento goiano.
De acordo com Jeferson Rodrigues, grande parte da população goiana ainda não se atentou para a gravidade das crises hídrica e energética no estado. “É de suma importância a discussão sobre o tema para tomarmos providências”, pontuou. Em consonância com o posicionamento de Jeferson, Ricardo Soavinski, presidente da Saneago, alegou que “esse ano, cremos que vamos passar bem, mas não dá para dar garantia”.
“Na audiência pública de hoje nós pontuamos que a crise hídrica de 2021 será pior do que aquela que foi enfrentada em 2019. Estamos hoje com o nível de nossas bacias hidrelétricas abaixo de 25,15%”, pontuou Jeferson. Ainda de acordo com o deputado, o planejamento para que os impactos da crise hídrica sejam diminuídos não deve ser feito apenas no período de seca, devendo contar com o apoio de prefeituras, produtores e da sociedade civil para a resolução do caso.
“Percebemos que a questão da bacia do Alto do Meia Ponte é de extrema importância para Goiás. Ela é composta por dez cidades. O ideal seria que ela tivesse uma vazão de 6 mil litros de água por segundo, mas atualmente ela está em 4,5 mil litros de água por segundo. Se nós não trabalharmos nessa questão por exemplo, teremos que enfrentar situações ainda mais críticas no futuro”, ressaltou Jeferson.
O deputado que presidiu a audiência pública em questão afirmou que no próximo dia 26 será realizada um reunião com os prefeitos dos municípios que formam a bacia do Alto do Meia Ponte, com a Saneago, e com as Secretarias Estadual e Municipal do Meio Ambiente e a Goinfra, para que sejam discutidas alternativas para captação das águas do período de chuvas que deve se dar no mês de outubro.
“Uma de nossas propostas é que encontremos uma forma de captar a água das estradas vicinais, as quais ficam alagadas no período de chuvas. Queremos propor a construção de pequenos reservatórios ao longo dessas vias, para que essa água não seja desperdiçada.”, evidenciou.
Preocupação e risco de racionamento
O ano de 2021 é considerado o pior no que diz respeito à escassez de chuvas em 90 anos. De acordo com reportagem publicada no Jornal Opção no mês de julho, especialistas na área estão muito preocupados com os efeitos da crise hídrica e energética em Goiás, uma vez que isso afetará de maneira contundente o dia a dia dos cidadãos goianos.
Jeferson Rodrigues afirmou que durante a audiência pública realizada na manhã de hoje, Ricardo Soavinski alegou que o racionamento na capital goiana não deverá ser adotado. No entanto, ainda de acordo com Soavinski, mais de 41 municípios goianos se encontram em uma situação crítica, devendo receber uma atenção especial, podendo ou não passar por racionamentos.