Uma familiar de Warlei Nonato Barbosa de Jesus, morto pelo vereador de Bom Jardim de Goiás Sergio Ricardo Bueno Araujo (UB), relata a consternação da família. “Um pesadelo, não está sendo fácil. A mãe dele tem depressão e tem enfrentado dias difíceis”, conta a mulher que prefere não ser identificada por medo de represálias.

Além do luto pela perda do parente, a família agora convive com um sentimento de injustiça após a libertação do ex-parlamentar audiência de custódia, na última segunda-feira, 15. “Família e amigos se mobilizaram para conseguir pagar uma advogada já que ele morava com a mãe e o padrasto e ajudava nas despesas de casa”, revela.

Sergio Ricardo Bueno Araujo estava preso em São Luís de Montes Belos desde o último dia 8 de janeiro, de forma preventiva, decretada em primeira instância. A princípio, a prisão tinha sido em flagrante, mas foi relaxada na audiência de custódia. “Ninguém esperava que ele seria liberado tão rápido”, lamenta a mulher sobre a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

A familiar conta que Warlei era querido pelos familiares e que “ninguém tinha nada a reclamar” da vítima. Ela revela ainda que o jovem teria “tomado as dores” de uma prima que se relacionava com o ex-vereador por causa “da forma como ela era tratada” no relacionamento.

Porte ilegal de arma de fogo

A advogada de acusação, Ronyse Castro, disse ao Jornal Opção que irá ingressar com novo pedido de prisão preventiva e afirmou que o Ministério Público deve oferecer denúncia contra o acusado. “Ele deve ser indiciado por porte ilegal de arma de fogo, já que, apesar dele ser CAC, ele não tinha autorização para portar arma fora de casa”, revela.

O político, que foi encaminhado ao presídio de Aragarças, tem registro como Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), mas a autorização é apenas para carregar a arma até os estandes de tiro. Por isso, além do homicídio, Sérgio também deve responder por porte ilegal de arma de fogo.

Legítima defesa

Ao Jornal Opção, o advogado de defesa, Vinícius de Oliveira Ribeiro, afirmou que o caso trata-se de legítima defesa. Segundo ele, Sergio Bueno foi ofendido e agredido primeiro, além de ter evitado o confronto.

“Ele foi agredido três vezes. As quatro testemunhas confirmaram isso, está nos autos. Primeiro a vítima o ofendeu verbalmente, depois o agrediu pelas costas, quando meu cliente estava saindo do local e o pessoal separou”, afirma.

Ainda conforme a defesa, o suspeito ainda teria sido seguido até o veículo pela vítima. “Ele foi agredido de novo no carro. Para mim isso é legítima defesa”, argumenta.

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