Eleições na França: extrema direita chega forte e ameaça governo Macron

30 junho 2024 às 09h53

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Eleitores da França vão às urnas neste domingo para o primeiro turno das eleições legislativas, antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron. O pleito foi antecipado após a extrema direita conquistar o maior número de assentos no Parlamento Europeu da história do país. O segundo turno deve acontecer no dia 7 de julho e será disputado por candidatos que tiverem menos de 12,5% dos votos em seu distrito. Para se eleger já no primeiro turno, o candidato deve receber mais de 50% dos votos no distrito.
O sistema político da França é semipresidencialista, ou seja, os eleitores elegem os partidos que vão compor o Parlamento. A sigla ou coalisão que receber mais votos indica o primeiro-ministro que, no país, governa junto ao presidente.
Pesquisas recentes apontam que o Reunião Nacional (RN), partido de extrema direita liderado por Marine Le Pen, poderia alcançar até 37% dos votos. Com isso, a coalisão indicaria Jordan Bardella, de 28 anos, ao cargo de primeiro-ministro. Ele pode se tornar o premiê mais jovem da história da França.
O levantamento feito pelo instituto de pesquisas francês OpinionWay aponta que o partido centrista, de Macron, está em terceiro lugar, atrás do bloco formado por partidos de esquerda.
A NFP, coligação de esquerda formada por socialistas, comunistas e ambientalistas e pelo partido radical França Insubmissa (LFI), indicou que deve retirar seus candidatos se chegaram em terceiro lugar ao segundo turno, para dar mais chances ao candidato do governo e tentar derrotar a extrema direita.
Caso as projeções se confirmem, a extrema direita pode saltar de 88 para 245 cadeiras no parlamento. O número, no entanto, não é o suficiente para alcançar a maioria absoluta, mas suficiente para articular a eleição do primeiro-ministro. O cenário tornaria o governo francês em uma coabitação, quando o presidente (responsável pela política externa) é de um partido e o primeiro-ministro (incumbido das questões internas) é de outro.
Reação de Macron
Na última semana, o presidente Emmanuel Macron afirmou que programas eleitorais da extrema direita e da esquerda radical conduzem o país à “guerra civil”. Macron disse que a resposta da extrema direita “remete as pessoas a uma religião ou a uma origem”, o que “divide [a sociedade] e conduz à guerra civil”.
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