Em depoimento à PF, Bolsonaro nega vínculo com Marcos do Val e plano de gravar Moraes

Após prestar depoimento à Polícia Federal em Brasília, nesta quarta-feira, 12, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas não ter vínculo com o senador Marcos do Val e negou a existência de um plano golpista para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento ocorreu em razão de uma suposta conspiração citada por Do Val para prender Moraes e manter Bolsonaro no cargo de presidente da República.

“Nada foi tratado [na reunião com Do Val, ocorrida no ano passado], não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o ministro Alexandre de Moraes. Por que eu ia articular alguma coisa com o senador? O que tratou a reunião? Nada”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente ainda disse que a transição do cargo de presidente para Lula foi pacífica, e que “ninguém do PT questionou que não foi bem recebido e teve acesso”. “Tudo foi passado. Ele [Do Val] que responda pelos atos dele”.

A reunião com o senador foi marcada, segundo Bolsonaro, porque existia um movimento para filiar senadores ao PL. Ele disse que o nome de Alexandre de Moraes sequer foi mencionado no encontro, que teve a presença do ex-deputado Daniel Silveira.

No entanto, após a reunião, Do Val mandou uma mensagem ao ministro do STF dizendo que Daniel Silveira estaria “fazendo toda uma movimentação para levá-lo [Moraes] à perda de função de ministro e até ser preso”.

Vale destacar que Marcos do Val é investigado pelos crimes tentativa, com emprego de violência ou grave ameaça, de abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais; tentativa de golpe de estado e, ainda, por suspeita de integrar uma organização criminosa.

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