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Pré-candidato do Pros à Presidência, coach goiano e pastor carioca travam embate público desde domingo, 22

Goiano Pablo Marçal e pastor Silas Mafalaia | Foto: Reprodução

O pastor Silas Malafaia imputou ao coach goiano Pablo Marçal, pré-candidato do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) à presidência da república, a alcunha de Pablociolo, em uma referência ao ex-presidenciável e provável candidato ao Senado, Cabo Daciolo (PDT-RJ), durante mais um capítulo do embate público que eles travam desde o último domingo, 22. O apelido se justifica, segundo o carioca, porque ambos têm “a mesma megalomania de [achar] que vai ser presidente do Brasil” e encontra eco em uma afirmação do político de que em 10 nações do mundo teriam dito que ele seria o próximo chefe do executivo nacional. Antes, durante um culto na Assembleia de Deus, o líder protestante neopentecostal já havia chamado o político goiano de “megalomaníaco” e “psicopata”.

Na esteira das críticas durante o culto do dia 22, o influenciador digital goianiense classificou Malafaia como uma “pessoa desbaratinada” e “intolerante”, o chamou de “rei da dissuasão”; o acusou de tirar “dízimo do templo”; além de ter ameaçado revelar informações privadas sobre Silas, inclusive envolvendo a esposa dele, Elizete Malafaia. “Ousa falar do meu nome de novo, Silas. Vou falar para o Brasil inteiro, para todos os pastores saberem o porque sua esposa só fazia tratamento nos Estados Unidos, por uma coisinha que você andou fazendo contra ela”, disse. Porém, as insinuações de Marçal não surtiram efeito. Na noite da sexta-feira, 27, o pastor voltou a subir o tom em relação ao pré-candidato do Pros ao Palácio do Planalto.

“Eu fui caluniado, difamado, por um mau-caráter, mentiroso, manipulador, megalomaníaco, que tem sintomas de doença mental grave”, afirmou Silas. Segundo ele, a divergência com o goiano começou após um convite público, feito pelo próprio pastor, para debater com os cidadãos a teologia de Pablo Marçal, ainda em fevereiro. Preocupado com as repercussões da análise de Malafaia, o coach messiânico, mentor do grupo resgatado no Pico dos Marins, em janeiro, teria entrado em contato com o presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo para dialogar sobre o debate. A crise, que precedeu a guerra que se desenrola, de acordo com Silas, teve origem em diferentes pontos de vistas teológicos e é anterior a decisão de Pablo de concorrer à presidência da república, que teria sido comunicada para o pastor no mês de março. Ele inclusive divulgou, por meio de um vídeo publicado, diálogos entre os dois pelo WhatsApp.

Na primeira fase do relacionamento, Silas alega que os dois tinham convívio cordial, respeitoso. Tanto, ele publiciza áudios em que o goiano, “há poucos meses”, o elogia, chega a dizer que aprendeu muito com Malafaia e que ele é um homem inspirador. Depois, no entanto, o tom muda. O pastor mostra falas do coach, quando ele já era pré-candidato, em que credita ao carioca responsabilidade pela crise político-administrativa do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Você hoje é o principal conselheiro do presidente da república. É por isso que este país está essa intolerância. Você não tem tolerância com os outros. Você não tolera nada. Você acha que todo mundo tem que o que você quer. Por isso que o presidente é desequilibrado igual a você”, cravou o goiano. O político também acusa Silas de ter gritado com ele, tentando o convencer, a ponto do segurança cogitar invadir a sala onde eles estavam. O pastor nega.

“Esse sujeito ele contradiz no próprio vídeo. Me chama de canalha e de mentiroso. Vou mostrar quem é o falsário no mundo evangélico, que está com a verdade e é que fala a mentira”, acrescenta. Silas, para quem Pablo é incoerente, mau-caráter e contraditório. Malafaia alega que se fosse intolerante nunca teria recebido Pablo, que deu uma chance à ele e que o goiano inclusive retribuiu de forma carinhosa, o chamando de “homem muito nobre”, de sábio, dizendo que o amava e que os dois teriam tido um dia “memorável”. “Você é o quê, perturbado mental, cínico, mau-caráter?”, questiona.

Para o pastor, Pablo promove um show de “canalhice, difamação e calúnia”. Ele também garante que não teme as ameaças de Marçal e que todas serão contraditadas. Além de insinuações sobre esposa, o goiano cita supostos envolvimentos de Silas com a maçonaria, de sócios dele com um golpe bilionário envolvendo bitcoins e que ele é um dos pastores mais ricos do mundo, o que seria uma contradição em relação ao evangelho. Classificando o coach como “muito canalha, bandido e cretino”, o carioca negou todas as acusações.

“Você é bandido, você é inescrupuloso. Você manipula vídeos meus de uma hora de mensagem para tirar pedacinhos para tentar me incriminar. Coisa de covarde, que os esquerdopatas fizeram”, diz o pastor, que relembrou uma frustrada tentativa de Pablo de curar de uma mulher, que não consegue andar, durante evento em Goiânia. “Manipulador da fé”, definiu. Para ele, o goiano precisa de tratamento psicológico, psiquiátrico e de “terapia medicamentosa”. “Você pode terminar louco”, continuou. “Com a questão do seu mau-caráter, só o poder do evangelho para transformar”.

Antes do novo embate, pelo Twitter, Marçal tentou encerrar as polêmicas. “Silas, o irmão tem mais sabedoria do que eu. Não precisa gravar esse vídeo. Me perdoe se não gostou de algo”. Depois que a resposta foi divulgada Pablo se limitou a ironicamente chamá-lo de “irmão mais velho” e a mandá-lo cuidar da própria vida. “Você é amado. Obrigada por se opor a mim”, finalizou.