O deputado federal, Gustavo Gayer (PL), anunciou nesta quarta-feira, 19, sua desistência em disputar as eleições para prefeito de Goiânia em 2024. A decisão veio após um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em Goiás para reforçar apoio a seus nomes.

Fred Rodrigues, ex-deputado estadual e que antes estava como vice de Gustavo Gayer, ficou como o pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PL.

Sobre essa movimentação na política goianiense, o Jornal Opção ouviu dois marqueteiros políticos, Marcio Lima e Marcos Marinho, que avaliaram que a desistência de Gayer tende a beneficiar mais os pré-candidatos Sandro Mabel (UB) e Vanderlan Cardoso (PSD) do que o próprio Fred.

Para Marcio Lima, o ex-deputado estadual primeiro deve tentar garantir a transferência de votos de Gayer. A segunda barreira para Fred, ainda conforme a análise do especialista, seria manter o voto dos “moderados”.

“O que são os moderados? Não são os bolsonaristas que têm a mesma linha do Gayer, que é mais apaixonada, mais de frente de luta dentro do movimento da direita. Esses votos moderados podem migrar para o Vanderlan ou Sandro Mabel, este que hoje representa esse pensamento moderado da direita”, argumentou.

(Foto: Marcio Lima/Arquivo pessoal)

Lima acredita que, para Fred garantir os votos de Gayer, primeiro o deputado federal terá que convencer os eleitores sobre sua desistência, que queriam o embate com um candidato do PT, no caso a deputada federal Adriana Accorsi.

“Ele vinha bem nas pesquisas. Não vai candidatar por conta de ficar em Brasília? Não sei se o eleitor dele vai entender isso, que queria um embate com a esquerda”, avaliou.

Nessa corrida entre Vanderlan e Mabel, Marcos Marinho acredita que a estratégia de ambos é tentar se distanciar do Governo Federal do PT, que representa a esquerda, para tentar conquistar esses votos dos eleitores de Gayer.

“Vão buscar mostrar que eles também têm os mesmos valores e mesmos princípios [de Gayer]. Eu não me assustaria, inclusive, se em breve fosse anunciada uma composição em que o Fred possa passar até a ser vice, talvez do Mabel ou do Vanderlan. É algo que não fica muito distante daquilo que o Caiado tem tentado fazer, que é aproximação com o PL a nível federal”, afirmou.

(Foto: Marcos Marinho/Facebook)

No momento, Marinho acredita que Mabel ainda tenta viabilizar seu nome, mostrando que tem potencial de crescimento, enquanto Vanderlan estava mais estabelecido.

“Vanderlan estava com uma pré-campanha mais longa, postulando no top 3 há bastante tempo, e tinha um recall bem consolidado. Mabel tende a atrair esses votos por conta do Caiado”, disse.

Por outro lado, Marcos analisou ainda uma possível “evaporação” dos votos de Gustavo Gayer, que podem não ser transferidos nem para Fred, Vanderlan ou Mabel.

“Esses votos podem ficar no limbo. O Vanderlan conseguiu pegar um pouquinho de rejeição do pessoal do PL por ter se aproximado do governo Lula. Então, fica uma situação que muita gente que não considera o Vanderlan esse cara de direita. Eu entendo que a possibilidade de migração natural por conta do governador seria o Sandro. Se ele não decolar, parte vai para o Vanderlan e parte vai evaporar, que é o que acontece com esse pessoal que vota mais por um viés ideológico do que por questões pragmáticas”, argumentou.

“Eu sempre defendo que a eleição municipal tende a ser mais pragmática do que a eleição federal. Portanto, eu imagino que há possibilidade de mais confluência das direitas. Mabel, Vanderlan, Gustavo Gayer, Leonardo Rizzo, o próprio Matheus Ribeiro, nessa postura do PSDB de se afastar do PT, estavam todos disputando os mesmos votos. Se eu começo a eliminar possibilidades, eu tento condensar esses votos”, finalizou.

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