A polícia italiana realizou operação durante os meses de março e abril contra o trabalho escravo em fábricas que produzem itens de luxo para as marcas Armani e Dior. As investigações revelaram trabalhadores sem registro, grande parte imigrantes ilegais, condições precárias de trabalho, cargas horárias abusivas e pagamentos abaixo do mínimo. 

O relatório da investigação, divulgado pelo Wall Street Journal, revela que muitos dos trabalhadores estavam expostos à condições perigosas de trabalho (sem os dispositivos mínimos de segurança), realizavam jornadas estendidas (muitas vezes dormindo nas fábricas para garantir produção 24 horas), e recebiam salários quase inexpressivos (variando entre US$ 2 e US$ 3 por hora, algo entre R$ 10,96 e R$ 16,44).  

Leia também: Em 2023, Brasil bate recorde de resgates de trabalhadores situação análoga à escravidão

Starbucks é processada nos EUA e ação cita trabalho escravo no Brasil pela empresa; entenda  

Falta de auditores fiscais dificulta combate ao trabalho escravo

O relatório mostrou ainda que as fábricas improvisadas ainda produziam para outras marcas de moda com renome. A Dior não se posicionou sobre o assunto, enquanto a Armani disse contribuir com as investigações policiais e que, apesar do que é mostrado pela polícia, “sempre manteve medidas de controle e prevenção para minimizar abusos na cadeia de suprimentos”. 

A Justiça italiana decidiu colocar as fábricas em questão sob administração judicial por um ano, a fim de garantir a qualidade do trabalho nos processos produtivos das marcas. Foram abertas investigações criminais por exploração do trabalho contra quatro proprietários das fábricas. 

Os artigos da Armani e da Dior são vendidos como itens de luxo por valores acima dos US$ 2 mil.