Fábricas da Armani e Dior são investigadas por trabalho análogo à escravidão

08 julho 2024 às 08h10

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A polícia italiana realizou operação durante os meses de março e abril contra o trabalho escravo em fábricas que produzem itens de luxo para as marcas Armani e Dior. As investigações revelaram trabalhadores sem registro, grande parte imigrantes ilegais, condições precárias de trabalho, cargas horárias abusivas e pagamentos abaixo do mínimo.
O relatório da investigação, divulgado pelo Wall Street Journal, revela que muitos dos trabalhadores estavam expostos à condições perigosas de trabalho (sem os dispositivos mínimos de segurança), realizavam jornadas estendidas (muitas vezes dormindo nas fábricas para garantir produção 24 horas), e recebiam salários quase inexpressivos (variando entre US$ 2 e US$ 3 por hora, algo entre R$ 10,96 e R$ 16,44).
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O relatório mostrou ainda que as fábricas improvisadas ainda produziam para outras marcas de moda com renome. A Dior não se posicionou sobre o assunto, enquanto a Armani disse contribuir com as investigações policiais e que, apesar do que é mostrado pela polícia, “sempre manteve medidas de controle e prevenção para minimizar abusos na cadeia de suprimentos”.
A Justiça italiana decidiu colocar as fábricas em questão sob administração judicial por um ano, a fim de garantir a qualidade do trabalho nos processos produtivos das marcas. Foram abertas investigações criminais por exploração do trabalho contra quatro proprietários das fábricas.
Os artigos da Armani e da Dior são vendidos como itens de luxo por valores acima dos US$ 2 mil.