Greve dos caminhoneiros afeta Goiás: no Ceasa, preços aumentam e podem faltar produtos
26 fevereiro 2015 às 11h19

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Quilo do tomate teve alta de mais de 100% em dois dias. Gerente de mercado da Central teme que crise prejudique abastecimento no Estado

Em entrevista ao Jornal Opção Online, o gerente de mercado da Central de Abastecimento do Estado de Goiás (Ceasa-GO), Josué Lopes, afirmou que já podem ser percebidos os efeitos da greve dos caminhoneiros nos preços dos produtos. Na terça-feira (24/2), o preço do quilo do tomate variava entre R$ 40 e R$ 50; hoje, já estava entre R$ 70 e R$ 90.
A comercialização do fruto nesta quinta (26) só foi possível devido a alguns caminhoneiros que furaram o bloqueio e conseguiram entregar sua carga, pois, de acordo com o gerente, na última quarta (25) já não havia tomate no depósito da Central.
Metade do que é comercializado na Ceasa vem de fora, portanto não há como a Central não ser comprometida pela falta de abastecimento. Josué tenta amenizar a situação: “apesar [do preço] ter sido afetado, ainda está melhor do que poderia estar”.
Porém, caso a greve continue, ficará ainda mais perceptível o impacto nos bolsos e nas mesas dos goianos. “Ainda temos produtos em estoque, mas, se continuar o bloqueio e a falta de distribuição, é preço alto na certa”, disse o gerente da Central de Abastecimento. “Se [o produto] ficar preso é prejuízo total, do produtor ao consumidor”, finalizou.
Nos primeiros meses do ano é comum que haja alta nos preços, pois há uma diminuição na produção de hortifrutigranjeiros em Goiás devido a questões climáticas e se faz necessário importar esses produtos de outros estados. O tomate, por exemplo, vem de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina.
Greve

Caminhoneiros autônomos bloqueiam várias rodovias do país, desde a semana passada, em protesto pelo aumento do preço dos combustíveis e pelo reajuste no valor do frete. Na última quarta-feira (25), no Estado de Goiás, foi interrompido o tráfego em trechos da BR-153 nos municípios de Aparecida de Goiânia, Itumbiara e Porangatu.
Também na quarta-feira, após reunião no Ministério dos Transportes, governo e categoria chegaram a um acordo que prevê a prorrogação por 12 meses do pagamento de caminhões e a criação de uma tabela referencial de frete, bem como a manutenção dos valores do diesel pelos próximos seis meses.
Mesmo com o acordo firmado, a categoria manteve diversos pontos de rodovias federais parcialmente ou totalmente bloqueados na manhã desta quinta-feira.