Guardas civis de Aparecida são presos suspeitos de crimes na Serra das Areias

27 abril 2022 às 18h39

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No ano passado, 11 membros da corporação foram alvos de operação da Polícia Civil de Goiás suspeitos de homicídios no local
Trio vinculado a Guarda Civil Municipal (GMC) de Aparecida de Goiânia foi preso nessa terça-feira, 26, durante a segunda fase da Operação Caronte. Os três são suspeitos de crimes praticados na Área de Proteção Ambiental (APA) Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia. As identidades deles não foram reveladas.
Um deles, que pertence a Ronda Ostensiva Municipal (Romu), considerada a elite da GCM, teria efetuado os disparos que mataram a mãe e o padrasto de uma criança, que na época tinha apenas três anos; em um esquema apontado como “queima de arquivo”.
Paralelamente, outros dois suspeitos de praticar um duplo homicídio, também registrado na serra, foram presos. Segundo os investigadores, com um dos alvos foi encontrado um colete com brasão da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), sem ser identificada a origem da peça.
As investigações do grupo tiveram início em outubro de 2017, quando 11 guardas civis estariam envolvidos na morte de um homem que foi abordado quando banhava em um córrego no Jardim Tiradentes – setor próximo a Serra das Areias. A PC-GO apurou que a vítima sofreu extorsão após ser verificado que havia registros criminais contra ele por tráfico de drogas. Os disparos que o matou teriam sido efetuados pelo mesmo guarda que matou Érica, de 20 anos, e Adiel, 28, mãe e padrasto da criança de três anos.
O titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida, delegado Hudson Benedetti, concluiu que a motivação do crime foi “queima de arquivo”, isso porque o casal era traficante de drogas e atuava como informante do agente suspeito pelo homicídio. Durante as diligências, a PC-GO identificou que o carro usado para transportar as vítimas até a serra, local da execução, era uma viatura descaracterizada da própria GCM de Aparecida.
Já os outros crimes foram contra dois homens, de 32 e 35 anos, que teriam saído de Planaltina e foram para Aparecida de Goiânia com o intuito de comprar armas de fogo, sabendo que a dupla estava com muito dinheiro, dois guardas da GCM teriam planejado uma falsa abordagem policial e, depois, os executados na Serra das Areias, em abril do ano passado. O delegado concluiu que a APA se tornou um local de “desova de cadáveres”.
Procurada, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia respondeu em curtas palavras que: “A secretaria de Segurança Pública de Aparecida informa que está colaborando com as investigações da Polícia Civil por meio da Corregedoria da GCM”.