Investidor goiano está mais arrojado ou ainda é conservador? Economistas avaliam o comportamento

01 março 2025 às 21h00

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Nos últimos 20 anos, o perfil do investidor goiano passou por uma transformação significativa e está mais arrojado, ou ainda é conservador? No passado, o estado era conhecido por seguir um dito popular que diz que ‘Quem compra terra não erra’.
Tal afirmação ilustrava o comportamento conservador do investidor goiano. Mas e agora? O Jornal Opção ouviu economistas sobre investimentos para responder a pergunta. De acordo com Greice Guerra, se antes predominava um comportamento extremamente conservador, focado em renda fixa e aplicações de baixo risco, hoje há uma tendência crescente de investimentos mais arrojados.
“Antigamente, o investidor goiano era extremamente conservador. Ele investia em renda fixa, ainda influenciado pela hiperinflação e pelos juros elevados de décadas passadas. Havia muito medo de risco, até porque, naquela época, a Bolsa de Valores no Brasil era um mito”, explicou Guerra.
No entanto, o cenário mudou, e a renda variável deixou de ser um tabu. O acesso à informação e a evolução do mercado financeiro impulsionaram essa mudança de mentalidade. “Hoje, o investidor goiano ainda tem um resquício de perfil conservador, mas ele está mais propenso a arriscar. Está investindo mais em renda variável e ativos voláteis”, afirmou a economista.
Mesmo com essa modernização dos hábitos de investimento, o conservadorismo ainda é visível, especialmente entre os mais tradicionais. “Muitos ainda preferem investir em imóveis, no agronegócio, em confinamento de boi, plantação de soja, etanol e café. Esse comportamento ainda persiste, mas estamos avançando”, disse Guerra.
Já na visão do professor e economista Jeferson Castro, o investidor goiano, em sua maioria, é conservador e prioriza aplicações financeiras que ofereçam maior previsibilidade e segurança. “A gente vê que os papéis são mais conhecidos, os produtos de investimento mais conhecidos, principalmente renda fixa”, explica.
A busca pela estabilidade financeira reflete-se nos tipos de ativos preferidos pelos investidores do estado. Além da renda fixa, o mercado imobiliário é um dos setores mais atrativos. “O pessoal investe muito para adquirir casas, apartamentos, lojas e até fazendas. Eles acreditam que investimentos ligados à terra oferecem mais garantia, sem os riscos de grandes oscilações do mercado financeiro”, afirma Castro.
Outro destino frequente do capital dos goianos é a caderneta de poupança, mesmo com sua baixa rentabilidade. “Apesar de oferecer um rendimento menor, muitos ainda confiam na poupança por ser um investimento do governo”, pontua o economista.
Para a economista e assessora de investimentos, Amanda Aguiar, o investidor goiano se destaca pelo perfil majoritariamente conservador, priorizando segurança e previsibilidade em suas aplicações financeiras.
Segundo ela, esse comportamento leva a uma preferência por investimentos de menor risco e retorno estável, como renda fixa e fundos tradicionais. “O goiano tem uma preocupação maior com a preservação do patrimônio do que com a busca por altos ganhos que envolvam maior exposição ao risco”, explica.
Interior x capital
Ao contrário do que se poderia imaginar, as diferenças entre Goiânia e o interior do estado não são tão marcantes quando se trata de investimentos financeiros.
“A única diferença é na modalidade. No interior, há investimentos no agronegócio, como propriedades rurais, gado e soja. Mas, na parte de renda fixa e variável, é tudo igual. Quem planta soja, por exemplo, pode vender e investir na renda fixa ou negociar na bolsa de futuros”, explicou Guerra.
Do mesmo modo, Castro avalia que, em Goiânia, os produtos são mais arrojados. “No interior, os fazendeiros e empresários rurais preferem investir em terrenos e condomínios horizontais na capital”, explica o economista.
O mercado imobiliário em Goiânia é um dos destinos preferidos desse público, que costuma ter forte capital vindo da agropecuária. Mesmo com essa tradição conservadora, Castro observa um crescimento na educação financeira dos goianos.
“As pessoas estão aprendendo a transformar a poupança em investimento. Mesmo quem tem salários médios e baixos começa a criar esse hábito”, finaliza. Já para Aguiar, “os investimentos atendem os públicos de todas as regiões do país.”

Idade e tipos de ativos
De acordo com Guerra, se antes o mercado financeiro era dominado por pessoas mais velhas e de maior poder aquisitivo, hoje jovens com menos de 30 anos já estão investindo e buscando segurança financeira para o futuro.
“Antigamente, quem investia eram pessoas mais velhas, porque a distribuição de renda não era tão grande como é agora. Hoje, isso mudou demais. Com uma renda mais bem distribuída, as pessoas têm mais acesso”, afirmou Greice.
Segundo ela, o cenário econômico brasileiro, marcado por oscilações frequentes, tem incentivado a entrada precoce no mundo dos investimentos. “A gente percebe que as pessoas estão mais preocupadas com o futuro. Quanto mais cedo, melhor”, completou.
No entanto, a renda variável tem atraído um número crescente de investidores. “Há uma diversificação muito grande de pessoas mais jovens entrando na bolsa de valores”, apontou Greice. Mesmo assim, a renda fixa ainda predomina, especialmente entre aqueles que evitam riscos. “Ainda há muito medo de arriscar, então a maioria prefere a segurança da renda fixa ou dos imóveis”, disse.
Para Aguiar, a faixa etária predominante entre os investidores no estado varia entre 30 e 60 anos, um público que busca maior estabilidade financeira, conforme ela. Entre os ativos mais procurados, destacam-se os investimentos em imóveis e em renda fixa.
“Isso está diretamente ligado ao perfil conservador da maioria dos investidores locais”, afirma Amanda Aguiar. No entanto, a especialista observa uma mudança gradual nesse cenário.
Com o aumento do acesso à educação financeira, cresce o interesse por alternativas mais diversificadas, como a renda variável. “À medida que as pessoas se informam mais sobre o mercado financeiro, novas possibilidades passam a ser exploradas, ainda que com cautela”, ressalta a economista.
Classe social na hora de invesitr
A classe social também influencia na escolha do tipo de investimento. De acordo com Guerra, quem tem menor poder aquisitivo tende a preferir aplicações mais conservadoras. “A renda fixa é a escolha de quem tem uma renda constante, de R$ 3 mil a R$ 4 mil, por exemplo. Já quem ganha mais se arrisca na renda variável, pois está mais preparado para absorver possíveis prejuízos”, explicou.
O padrão de investimento também varia. “A classe A tende a buscar o private banking, destinando recursos ao mercado financeiro. Já a classe B opta pela renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, além de LCI e LCA”, detalha. Para as classes C, D e E, a poupança ainda é a principal escolha.
Além disso, há uma relação entre idade e grau de risco no investimento. “Quanto mais jovem, maior a disposição para o risco. Os mais novos estão aprendendo sobre o mercado e experimentam ativos como criptomoedas. Já investidores mais velhos são mais conservadores, pois temem perder tudo”, explica Castro.
Criptomoedas ainda enfrentam resistência
Outro aspecto relevante no cenário de investimentos em Goiás é a cautela em relação às criptomoedas. “Ainda há muito receio. E não está errado ter esse medo”, afirmou Greice, destacando que, apesar do crescimento desse mercado, a volatilidade das criptomoedas assusta os investidores mais conservadores.
Para a economista, a tendência é que a renda variável continue ganhando espaço nos próximos anos. “O que tem de investidor na renda variável hoje é muito grande. Daqui a pouco, pode até ultrapassar a renda fixa”, avaliou.
Segundo ela, o avanço econômico do estado tem permitido que mais pessoas se arrisquem nos investimentos. “O estado de Goiás cresceu muito nos últimos 20 anos e comporta essa nova realidade”, concluiu.

O papel da assessoria financeira
A busca por assessoria financeira também cresceu, principalmente entre investidores de renda variável, que precisam acompanhar o mercado diariamente. “Na renda fixa, você investe e pode esquecer. Já na variável, precisa acompanhar todos os dias.
É como um ‘Pai Nosso diário’”, brincou Greice. Segundo ela, muitas pessoas não têm tempo para essa dedicação e acabam optando pela ajuda de especialistas. Em Goiás, o perfil do investidor goiano está em evolução, e a busca por assessoria financeira continua sendo uma preferência significativa, segundo Jeferson.
“Esse perfil que estamos traçando tende a investir mais por conta própria, mas ainda há uma grande parcela que recorre à assessoria financeira. Os escritórios de grandes praças, especialmente do eixo Rio-São Paulo, já têm representantes e assessores de investimentos atuando aqui em Goiás.”
Para Amanda, atualmente, a maioria ainda recorre aos grandes bancos, onde se concentra uma parte significativa dos recursos. No entanto, um fenômeno crescente é a busca por assessoria financeira.
“Estamos percebendo que cada vez mais investidores estão interessados em serviços personalizados que se alinham ao seu perfil e objetivos financeiros,” explica. Esse movimento é impulsionado pela abundância de informações disponíveis sobre o mercado financeiro, que permitem aos investidores tomarem decisões mais embasadas.
“As pessoas estão em busca de alternativas de investimento mais rentáveis e diversificadas, o que acaba incentivando essa migração em direção a uma assessoria especializada,” complementa.
Influência da taxa de juros nos investimentos
A taxa de juros também influencia diretamente na escolha dos investimentos. “Quanto maior a taxa Selic, maior o retorno na renda fixa. Isso acaba atraindo os investidores mais conservadores. Já na renda variável, a análise é diferente. É preciso estudar os fundamentos das empresas e fazer uma análise técnica”, explicou.
Guerra destaca que o acesso à informação permitiu que mais pessoas se sentissem seguras para explorar investimentos de maior risco. “Quando você tem conhecimento, você tem mais consciência do que está fazendo. Antes, acreditava-se que investir na Bolsa era para quem tinha muito dinheiro, mas hoje é possível começar com valores menores, até inferiores ao preço de um imóvel ou de um boi”, exemplificou.
A economista avalia que Goiás segue um movimento global de diversificação dos investimentos, aproximando-se de mercados mais desenvolvidos. “Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a taxa de juros é baixa, o investimento em ações é mais comum. No Brasil, estamos caminhando nessa direção, à medida que o conhecimento sobre renda variável se amplia”, concluiu Guerra.
De acordo com Castro, quando a taxa Selic aumenta, as pessoas tendem a buscar mais renda fixa. “Por exemplo, investimentos em títulos do Tesouro, CDBs, LCIs e LCAs se tornam mais atraentes, já que esses produtos oferecem uma rentabilidade melhor em momentos de juros altos.”
Ele destaca que “a Selic funciona como um parâmetro: quando ela sobe, a quantidade de investidores aplicando em Tesouro aumenta bastante. Isso acontece porque, com a taxa de juros mais alta, os investimentos de renda fixa se tornam mais rentáveis e seguros.”
Por outro lado, a dinâmica muda quando a taxa de juros cai. “Se a Selic está em queda, o cenário é diferente. Os investidores começam a se voltar para a renda variável, especialmente ações”, afirma Jefferson.
“Isso ocorre porque a diminuição das taxas significa que as empresas pagarão menos para financiar seus projetos. Com empréstimos mais baratos, elas tendem a investir mais e, consequentemente, aumentar a lucratividade, o que atrai os investidores para a bolsa.”
Além das ações, os fundos imobiliários também são impactados. “Quando a Selic aumenta, a velocidade de aplicação em fundos imobiliários diminui, pois as pessoas se preocupam com vacância e problemas de aluguel. Mas, com a queda da taxa, esses fundos voltam a ser mais atraentes”, explica.
Jefferson também menciona os fundos de investimentos como uma opção interessante para os investidores. “Nos fundos, você pode ter uma composição diversificada, com uma parte em renda fixa e outra em renda variável. Isso facilita a gestão do investimento, já que não é necessário acompanhar o mercado diariamente. Os especialistas cuidam disso.”
Ele sugere que os investidores revejam suas carteiras com regularidade. “É importante revisar os investimentos pelo menos a cada dois meses para entender onde está rendendo mais e ajustar conforme necessário.”
Segundo Amanda, a taxa de juros tem um impacto direto na escolha dos investimentos. Quando a Selic está alta, os investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos, pois oferecem retornos maiores atrelados a indexadores econômicos, como o CDI e a inflação, com menor risco.
“Por outro lado, a renda variável, como ações, tende a ser menos favorecida, já que o custo do crédito aumenta, reduzindo o crescimento das empresas e tornando os ativos de maior risco menos interessantes para os investidores. Já em um cenário de queda da Selic, a renda variável ganha mais espaço, pois o crédito se torna mais barato e o potencial de valorização dos ativos aumenta”, comenta.

Mercado imobiliário
Como destacado pelos especialistas, o setor imobiliário segue como uma das principais opções de investimento em Goiás, impulsionado pelo crescimento da capital e pela preferência dos goianos por ativos sólidos. Sendo assim, o Jornal Opção também ouviu o Sindicato das Imobiliárias e Condomínios do Estado de Goiás (Secovi-GO).
De acordo com o vice-presidente Benjamim Ragonezi, Goiânia já se destaca entre as capitais mais procuradas para investimentos no setor. “A cidade hoje figura entre uma das principais capitais onde as pessoas procuram investir em imóveis. Ela perde para poucas capitais e, em breve, deve se consolidar como uma potência no Centro-Oeste”, afirma Ragonezi.
A demanda por imóveis, segundo o especialista, é puxada principalmente pelo setor residencial, com destaque para apartamentos e casas em condomínios fechados. “O que tem maior saída é o apartamento. Depois, temos uma parcela significativa de casas, principalmente em condomínios fechados”, explica.
Apesar do cenário positivo, o financiamento imobiliário tem sofrido oscilações devido à conjuntura econômica do país. Ragonezi destaca que o programa Minha Casa Minha Vida ainda exerce forte influência sobre o setor, mas enfrenta desafios.
“O programa já tem um impacto grande no mercado, mas sofreu uma pequena retração por causa da economia do país. Isso afeta mais a camada de menor poder aquisitivo”, pontua. Para ele, o perfil do investidor imobiliário mudou nos últimos anos, principalmente após a pandemia.
“A pandemia virou tudo de cabeça para baixo. O desejo por moradias melhores cresceu, e isso fez o mercado se transformar para melhor”, analisa Ragonezi. Ele ressalta que a busca por espaços maiores e mais bem localizados se tornou uma prioridade para muitos compradores.
Além da compra de imóveis físicos, os fundos imobiliários também atraem investidores que preferem diversificação. “É um nicho muito rentável. O investidor não coloca todos os ativos em uma única cesta, então há quem invista tanto em fundos imobiliários quanto na compra de imóveis físicos, como apartamentos na planta, que valorizam consideravelmente ao longo do tempo”, explica.
Para Ragonezi, a incerteza econômica pode impactar momentaneamente o setor, mas o investimento em imóveis continua sendo um dos mais seguros. “Quem investe em imóvel tem uma segurança para a vida toda. Ele não vê o patrimônio escapar pelos dedos, porque está ali, sólido, podendo ser usufruído”, conclui.

E o futuro?
Visando os próximos anos, Guerra analisou o cenário de investimentos em Goiás, apontando para o crescimento contínuo do agronegócio e a necessidade de maior educação financeira entre os investidores.
“O agro, não adianta, nós somos um estado agropecuário. Então, os investimentos no agro, eles são bons, eles são rentáveis e têm um futuro promissor”, afirmou Guerra, ressaltando a vocação natural do estado para o setor.
Além do agro, a economista também mencionou o avanço do setor industrial, hoteleiro e de serviços como áreas promissoras para alocação de recursos. Ao ser questionada sobre se o mercado financeiro goiano acompanha as tendências nacionais, Guerra foi enfática: “Eu acho que o estado de Goiás hoje não perde para outros estados. Ele vem acompanhando o fortalecimento dos investimentos nacionais.”
Para investidores que desejam aplicar seu dinheiro em Goiás, Greice Guerra destaca a importância do conhecimento e da educação financeira: “Eu diria que, em primeiro lugar, conhecimento. Porque quando você tem o conhecimento, você tem menos chance de errar. Então, a educação financeira, nesse ponto, ela é decisiva.”
A economista defende que a educação financeira deveria ser uma matéria obrigatória nas escolas, desde a infância, para que as pessoas aprendam a lidar com dinheiro e investimentos desde cedo. Guerra também enfatiza a necessidade de estudar e analisar os investimentos antes de aplicar o dinheiro.
“Muitas vezes, a pessoa quer ir para a renda variável, mas ela não quer ler os fundamentos daquela empresa que ela está investindo. Ela ouve falar, ‘uma pessoa aqui falou para mim que essa empresa é boa’, mas ela não senta uns 30 minutos para conhecer”.
Por fim, a economista alerta para a importância de evitar a ganância e realizar os lucros quando o objetivo é atingido: “Não pode ter ganância. Atingiu o objetivo, tira o dinheiro e parte para novos investimentos.”
Segundo Castro, o mercado imobiliário desponta como um dos segmentos mais promissores, mas exige atenção devido às oscilações. “O setor de imóveis tem muita oscilação, mas é um segmento interessante. Alguns fundos imobiliários têm mostrado valorização, seja no ramo de apartamentos, armazéns, hotéis ou até mesmo centros de distribuição”, explica Castro.
Desafios para os investidores
Para quem deseja investir no estado, Jeferson Castro destaca alguns desafios e recomenda precaução. Ele reforça a importância da diversificação e da busca por segurança. “É essencial ter uma boa assessoria ou estudar bastante o mercado. Diversificar os investimentos e garantir a segurança do capital são medidas fundamentais”, aconselha.
Outro ponto enfatizado pelo economista é a necessidade de investir regularmente e pensar no longo prazo. “Sempre falo que é importante investir todo mês, planejar a renda passiva e poupar o máximo possível. A aposentadoria tende a se tornar mais difícil, com a idade mínima aumentando e o poder aquisitivo das pessoas caindo”, alerta.
Jeferson Castro também chama atenção para os riscos de investimentos especulativos, que prometem altos retornos em pouco tempo. “O goiano já aprendeu muito com algumas aventuras de mercado. Não dá para cair em promessas de ganhos fáceis. É preciso muito cuidado com esses produtos”, alerta.
Por fim, ele recomenda acompanhar as plataformas digitais e os bancos para identificar boas oportunidades de investimento. “As corretoras online oferecem muitas opções, então vale sempre monitorar e avaliar as melhores alternativas”, conclui.
Para Amanda Aguiar, a renda fixa deve continuar se destacando no curto prazo, impulsionada pela taxa Selic elevada. “Com os juros altos, a renda fixa oferece retornos atrativos, superiores até ao rendimento médio do aluguel de imóveis”, explica.
No entanto, a perspectiva de queda da Selic, conforme indicado no Boletim Focus do Banco Central, pode alterar esse cenário. “No médio prazo, a renda variável tende a ganhar força, tornando-se uma opção interessante para investidores em busca de maior valorização”, afirma Amanda.
Além disso, ela destaca que o agronegócio exerce forte influência nas decisões financeiras locais. “Muitos investidores buscam alternativas ligadas ao setor, como Fiagros e investimentos em infraestrutura”, completa. Ainda assim, Amanda observa que a educação financeira tem avançado na região, promovendo uma diversificação gradual dos investimentos.
Entre os desafios atuais para quem deseja investir em Goiás, a alta da Selic se destaca. “A elevação da taxa de juros encarece o crédito e pode reduzir a demanda por imóveis, tornando o mercado imobiliário menos aquecido”, aponta Amanda. Por outro lado, essa mesma taxa elevada favorece a renda fixa, tornando-a uma escolha segura e rentável.
Quando questionados quais cidades mais investem, os três especialistas responderam: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Jataí. Essas localidades concentram um volume significativo de investimentos para eles.
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