Investigação considera que Afipe pode ter movimentado mais de R$ 2 bi nos últimos dez anos
21 agosto 2020 às 11h33

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Operação Vendilhões, que apura irregularidades relacionadas a Associação Filhos do Pai Eterno, investiga possíveis irregularidades na compra de imoveis, gados e até em financiamento de campanha política

Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou na manhã desta sexta-feira, 21, a Operação Vendilhões, que apura irregularidades relacionadas à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A Operação foi realizada após as investigações apontarem para gastos injustificados por parte da associação.
O Ministério Público concederá uma entrevista coletiva na tarde de hoje para revelar os detalhes da apuração. No entanto, o que tem sido ventilado preliminarmente é de que a Afipe está envolvida na compra de imóveis, gados e até em financiamento de campanha política.
Outro detalhe que tem sido comentado diz respeito ao montante movimentado indevidamente. O número chama atenção ao superar a casa dos R$ 2 bilhões ao longo dos dez últimos anos.
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Tratando-se especificamente das operações realizadas no âmbito eleitoral, o nome dos empresários e políticos envolvidos ainda não foram revelados.
Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.
Para apurar os indícios de irregularidade, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede das Associações, empresas e residências em Goiânia e Trindade.
A Associação Filhos do Pai Eterno foi procurada pela reportagem para comentar o assunto, mas até o momento ainda não se pronunciou. O espaço continua aberto.
A Afipe, criada em 2004, é uma associação sem fins lucrativos que levanta recursos para projetos pastorais do Santuário do Divino Pai Eterno. As doações recebidas são voltadas para a evangelização por meio da TV e para obras sociais.