“Iria para a porta do quartel de novo”, diz Amauri Ribeiro um ano após 8 de janeiro

08 janeiro 2024 às 15h26

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O deputado estadual Amauri Ribeiro (UB), alvo de uma das fases da Operação Lesa Pátria, que tem como objetivo identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, disse ao Jornal Opção nesta segunda-feira, 8, um ano após os ataques à praça dos Três Poderes, que “iria novamente para a porta do quartel”.
Questionado sobre sua visão um ano após o fatídico evento que culminou na destruição dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, o deputado considerou “uma pouca vergonha a condenação de cidadão que estava quebrando ou acampando na porta do quartel”.
Amauri atribuiu a destruição vistas naquele dia à “baderneiros petistas que liderou e quebrou” os prédios no 8 de janeiro.
“Deveria estar preso”
O parlamentar chegou a admitir, em um discurso na Tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que havia financiado e participado de acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na porta do quartel do Exército em Goiânia.
Em um discurso em junho do ano passado, Ribeiro discursou na Tribuna afirmando que “deveria estar preso” pelo financiamento dos movimentos e que era contrário ao resultado da eleição em 2022. O parlamentar, no entanto, refluiu da ideia e protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar um “eventual pedido de prisão preventiva”, pela Polícia Federal.
“Eu ajudei a bancar quem estava lá […]. Eu ajudei, levei comida, levei água, dei dinheiro”, disse.
Amauri Ribeiro
“Mandem me prender, eu sou um bandido, um terrorista, um canalha, na visão de vocês”, completo.
Amauri Ribeiro em discurso na Tribuna
Relembre o ataque
No dia 8 de janeiro de 2023, centenas de pessoas apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e destruíram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Foi uma caminhada de uma hora e meia do quartel-general do Exército – a oito quilômetros do local do crime – até o interior dos três prédios públicos mais importantes do País.
A invasão dos prédios públicos começou por volta das 15h após os manifestantes romperem o cordão de isolamento com poucos policiais militares, o grupo se dirigiu ao Congresso Nacional e invadiu a sede do Legislativo.
Investigações
As investigações acerca dos eventos golpistas em 8 de janeiro destacaram figuras proeminentes, como o ex-ministro Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid, ambos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após meses de detenção, ambos foram libertados, e, um ano após os ataques na Praça dos Três Poderes, suas trajetórias divergiram: Cid fez um acordo de delação premiada, enquanto Torres alega inocência.
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