Maioria dos vereadores é a favor de diminuição do recesso parlamentar para 45 dias
25 março 2015 às 11h33

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Atualmente, Câmara Municipal fica sem sessões por 90 dias. Projeto de Paulo Magalhães (SD) quer modificar o período legislativo da Casa e já tem o apoio de 23 vereadores

O projeto do vereador Paulo Magalhães (SD) que quer reduzir o recesso parlamentar na Câmara Municipal da capital deve ser aprovado. É o que mostra um levantamento feito pelo Jornal Opção Online nesta semana. Até a manhã desta quarta-feira (25/3), 25 vereadores garantiram que vão votar a favor da redução de 90 para 45 dias de “férias”.
Caso aceita, a proposta vai alterar a Lei Orgânica dos Municípios, modificando o período legislativo da Casa: que será entre 1º de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 31 de dezembro. Atualmente, as sessões começam em 15 de fevereiro e vão até 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
Paulo Magalhães (SD), explicou, em visita ao Jornal Opção no fim da última semana, que “já passou da hora” de seguir o Parlamento maior, o Congresso Nacional, “que já adota 45 dias de recesso. “É a melhor maneira que temos para ampliar o prazo que dispomos para apreciar e votar os projetos de interesse da comunidade. Por mim, seríamos como o trabalhador comum, que tem apenas 30 dias de férias”, defende ele.
Se no passado o vereador teve dificuldade para aprovar a proposta — que estava arquivada na Comissão Mista–, não deverá ter problemas caso o projeto seja votado na próxima semana. Apenas um vereador, Bernardo do Cais (PSC), se declarou contra o projeto. De acordo com ele, a proposta “não tem cabimento”, pois “vereador trabalha 24 horas por dia”. “Mesmo no período de recesso o vereador continua trabalhando”, argumentou.
Tal afirmação foi unânime entre os procurados pelo Jornal Opção Online. Os parlamentares dizem que, como são os homens públicos mais próximos à população, não há como “parar de trabalhar”. “Sempre há algo a ser feito. Visitamos os bairros, falamos com as pessoas. Vereador é o homem público que mais trabalha”, explica Dra. Cristina (PSDB).
O presidente da Comissão de Constituição, Redação e Justiça (CCJ), Elias Vaz (PSB), aponta que o número de sessões atuais não tem sido suficiente já há muito tempo e, na prática, o recesso de 45 dias já acontece. “Já tem uns cinco anos que nós temos auto-convocação no meio e no final do ano. É mais que necessário reduzir o recesso”, explica o pessebista.
Tayrone di Martino (sem partido) ressalta que, independente do trabalho que eles realizam dentro (e, principalmente, fora) é preciso regulamentar o recesso de 45 dias. Em simetria com a legislação federal, Djalma Araújo (SD) concorda lembrando que não basta só aumentar o trabalho, mas também dar condições para tanto.
Até mesmo os dias das sessões parlamentares foram alvos de críticas. Para Antônio Uchôa (PSL), já que o projeto quer colocar o vereador para ser mais produtivo, “podiam fazer a semana de trabalho de segunda a sexta e não só de terça a quinta, como é atualmente”.
Confira abaixo o posicionamento de cada vereador
A favor
Paulo Magalhães (SD)
Anselmo Pereira (PSDB)
Thiago Albernaz (PSDB)
Dra. Cristina (PSDB)
Dr. Gian (PSDB)
Geovani Antônio (PSDB)
Elias Vaz (PSB)
Pedro Azulim (PSB)
Djalma Araújo (SD)
Felisberto Tavares (PSD)
Izídio Alves (PMDB)
Célia Valadão (PMDB)
Clécio Alves (PMDB)
Mizair Lemes Jr. (PMDB)
Paulinho Graus (PDT)
Tayrone di Martino (Sem partido)
Deivison Costa (PT do B)
Rogério Cruz (PRB)
Fábio Lima (PRTB)
Antônio Uchoa (PSL)
Jorge do Hugo (PSL)
Zander Fábio (PSL)
Edson Automóveis (PMN)
Contra
Bernardo do Cais (PSC)
Indecisos
Fábio Caixeta (PMN)
Milton Mercês (PTB)
Os demais vereadores não foram encontrados pelo Jornal Opção Online, ou preferiram não se manifestar.