Marco Aurélio critica escolha do nome de Lewandowski como novo ministro da Justiça

12 janeiro 2024 às 18h18

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O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, comentou a escolha de Ricardo Lewandowski, também ex-ministro da Corte, para encabeçar o Ministério da Justiça. A escolha do nome foi oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nessa quinta-feira, 11, para ocupar o cargo de Flávio Dino – que irá assumir uma cadeira no STF em fevereiro.
“O caminho deve ser inverso – do Ministério da Justiça para o Supremo. Um ministro aposentado ser auxiliar do presidente da República, demissível a qualquer momento? Isso não passa pela minha cabeça. Mas, paciência, é o Brasil ‘desarrumado’”, afirmou o ex-ministro do STF para o portal de notícias Poder360.
No período anterior à posse, Lewandowski precisa encerrar vários contratos com clientes para quem advoga, cessar sua participação em processos e suspender os efeitos de procurações que ainda estejam em andamento. Também será necessário que ele se retire do Conselho Jurídico da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Na segunda-feira, 8, Lula e Lewandowski se reuniram no Palácio do Planalto, fora da agenda do presidente. Um novo encontro entre eles foi realizado com a participação de Dino na noite de quarta-feira, 10, desta vez no Palácio da Alvorada. Essa segunda reunião também não foi registrada oficialmente.
A decisão foi selada apenas após a terceira reunião, realizada ainda na noite de quarta-feira. O nome do futuro titular da Justiça já era especulado desde o fim de 2023, mas ficou mais forte a cada um desses encontros.
Em 2006, no primeiro mandato do presidente Lula da Silva, o magistrado foi nomeado no Supremo Tribunal Federal graças ao petista. Dessa forma, essa é a segunda vez que o presidente indica Lewandowski para um cargo de relevância nacional. E por coincidência, ambos deram inicio às suas carreiras em São Bernardo do Campo (SP), cidade da região metropolitana de São Paulo.
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