O ex-cartorário Maurício Sampaio se entregou à polícia no começo da tarde desta quinta-feira, 20, para dar início ao cumprimento de pena pela morte do radialista Valério Luiz. Ele estava sendo procurado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) desde a semana passada, quando o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinar a prisão do empresário. De acordo com informações apurados pela reportagem, ele está passando por exames de corpo de delito e deve ser encaminhado para a Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic).

Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão pelo Tribunal do Júri realizado em 2022. Ele foi condenado como o mandante do assassinato do radialista por motivos torpes. O inquérito apontou que as críticas do radialista ao antigo clube que Sampaio presidia foi a principal motivação para o crime.

De acordo com a denúncia apontada pelo Ministério Público, Sampaio se utilizou da influência com policiais militares que trabalhavam como seu segurança particular para cometer o crime. Ademá Figueiredo também foi condenado a 16 anos, ele foi o responsável pelos disparos.

Valério Luiz Filho disse ao Jornal Opção que a prisão dos condenados traz uma sensação de dever cumprido. “Eu me lembro como se fosse hoje, quando eu recebi a ligação, que meu pai tinha sido alvejado na porta da rádio. Fui pra lá, cheguei antes do meu avô, então toda aquela cena do meu avô gritando, meu pai baleado dentro do carro, eu vi. Naquele momento fiz uma promessa pra mim mesmo que quem tinha feito aquilo teria que pagar pelo que fez”.

O processo, segundo Filho, “revelou muito sobre a estrutura de poder” no Estado, mas “ao mesmo tempo mostrou que alguma coisa pode mudar e que a Justiça para pessoas como Maurício Sampaio é muito difícil, mas não é impossível”.

A gente fica com a sensação de que contribuiu um pouco com a história de Goiás

Valério Luiz Filho

Relembre o caso

A morte do radialista completa 12 anos no próximo dia 5 de julho. Valério Luiz saia da Rádio 730, no Setor Bueno, quando um homem se aproximou em uma moto e disparou contra a vítima. De acordo com o inquérito policial, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com participação dos demais denunciados, efetuou os disparos” que provocou a morte imediata de Valério.

A motivação do crime, segundo a polícia, foram as críticas que o radialista fazia no exercício da profissão nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC TV. Direcionadas ao Atlético Clube Goianiense, time que Maurício fazia parte da diretoria, desagradou o ex-cartorário.

Além de Maurício e Ademá, os promotores apontaram Marcus Vinícius Pereiras Xavier como coautor do crime por ter emprestado a moto, camisa e capacete, utilizados no dia da morte do radialista. Quatro pessoas foram condenadas pelo envolvimento no crime. Ademá Figueiredo (16 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime), Marcus Vinícius Xavier (14 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime), Urbano Malta (14 anos de prisão por participar do planejamento e execução do crime) e Maurício Sampaio (16 anos de prisão como mandante da execução).

Matéria em atualização

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