Nome forte da direita está disposto a ser vice em 2026 e surge como possibilidade de compor com Caiado

25 junho 2024 às 15h47

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), mencionou na segunda-feira, 24, que está considerando a possibilidade de se candidatar a vice-presidente em uma chapa de centro-direita nas eleições de 2026.
Durante um café da manhã com jornalistas, em Belo Horizonte, ele afirmou que governadores com alinhamento político semelhante ainda estão discutindo qual seria o nome ideal para a candidatura. “Não ligo de ser vice, o que eu quero é participar. O que eu quero é fazer parte para mudar o Brasil”, disse ao jornal O Tempo.
Além da vice-presidência, Zema estaria disposto a assumir um ministério, seguindo o exemplo de Geraldo Alckmin (PSB), que atua como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República no governo de Lula (PT).
Vale ressaltar que um dos governadores que tem trabalhado para viabilizar seu nome é Ronaldo Caiado, chefe do Executivo em Goiás. Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a oposição ainda não definiu quem será o candidato nas próximas eleições presidenciais.
“O desejo sempre existiu, nunca neguei. Até porque fui o candidato mais novo da história do país, com 39 anos de idade, em 1989, não é nenhuma surpresa. Me coloquei como candidato naquela época que ninguém tinha coragem de defender o setor rural, a livre iniciativa, o direito de propriedade”, afirmou anteriormente à Folha de São Paulo.
“É um trajeto ainda muito longo, de um assunto que vai ser tratado em 2026”, completou. Porém, o governador vê um obstáculo para sua aspiração: Jair Bolsonaro.
“Primeiro [é preciso] avaliar se essa decisão [de inelegibilidade de Bolsonaro] realmente será definitiva. Se ele tiver condições de ser candidato, é indiscutível a liderança que ele exerce para poder ser candidato. Ora, não sendo ele, a minha trajetória de vida é exatamente no mesmo eleitorado do presidente Bolsonaro”, comentou à época.
Outros nomes
No entanto, alguns nomes já estão sendo cogitados. Além de Caiado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, também está entre os principais cotados, apesar de já ter declarado que pretende continuar atuando no governo de seu estado e não ter planos de concorrer às eleições presidenciais de 2026.
Zema ressaltou a importância de superar divergências partidárias na formação da chapa que representará a direita em 2026. Ele alertou que atitudes movidas pelo ego poderiam “atrapalhar muito” o país.
O PP (Partido Progressistas) encomendou uma pesquisa ao Paraná Pesquisas que simulou um cenário eleitoral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diferentes candidatos da direita.
De acordo com o levantamento, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seria a substituta mais competitiva de Bolsonaro, empatando tecnicamente com o petista. Tarcísio e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), aparecem em seguida como as melhores opções.
Zema, por outro lado, aparece mais abaixo na pesquisa. Em um cenário hipotético contra Lula, ele obteria 34,6% dos votos, enquanto o petista venceria com 44,5%. Entre aliados, o discurso é de que ele permanecerá no partido, mesmo sendo cortejado por siglas como PL e PP. Fala-se ainda com muito cuidado sobre a disputa ao Planalto.
“Qualquer projeto nacional passa por Minas dar certo. Se o nome do governador for o mais viável, ele não é homem de correr da raia”, diz o secretário da Casa Civil e articulador político de Zema, Marcelo Aro, à revista Veja. Ele citou Caiado, Eduardo Leite (RS), Ratinho Jr., e Raquel Lyra (PE) como nomes fortes do mesmo espectro.
Políticos de outros partidos avaliam que Zema adota uma postura cautelosa, característica dos mineiros, pois a única justificativa para ele admitir sair do Novo agora seria uma candidatura presidencial, o que o colocaria na mira do PT três anos antes.
No entanto, é necessário considerar até que ponto o Novo poderá sustentar as ambições de seu principal nome. Apesar de alguns ajustes, o partido é pequeno, com recursos financeiros limitados, sem direito a propaganda na TV e sem participação em debates, obstáculos significativos em uma campanha nacional.
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