Ouça o áudio da confusão no diretório do PMDB de Goiás: briga, tiro e desespero
28 janeiro 2016 às 06h53

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Na gravação é possível ouvir o início do desentendimento, bem como o momento em que o disparo de arma de fogo é efetuado
Uma confusão no começo da noite da última quarta-feira (28/1) acabou em tiro na sede do PMDB de Goiás. O deputado estadual Paulo Cezar Martins se desentendeu com o presidente nacional da Juventude do PMDB, Pablo Rezende, por causa de documentos referentes à eleição do diretório estadual, marcada para a próxima semana.
Houve briga, quebra-quebra e o segurança que acompanha o deputado chegou a disparar um tiro de arma de fogo. O celular de um dos envolvidos foi quebrado por Paulo Cezar Martins e o caso foi parar na delegacia de polícia.
O Jornal Opção teve acesso ao áudio — que foi gravado pelo próprio Pablo Rezende e mostra parte da discussão. Ouça:
Nos mais de nove minutos de gravação é possível ouvir o início da briga, que parece ter começado, como informaram os dois à reportagem mais cedo, devido ao acesso a documentos.
Paulo Cezar Martins pede para que Pablo e as pessoas que o acompanham esperem até o dia seguinte para continuar analisando a documentação. No entanto, o jovem diz que está cumprindo o “regimento de urgência” e não cede.
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Mesmo após uma funcionária do partido, identificada como Hellen, garantir ao parlamentar que é “da confiança” do presidente da Comissão Provisória do partido, deputado federal Pedro Chaves, Paulo Cezar não aceita a negativa e, ao que o áudio indica, parte para cima do grupo.
É possível ouvir gritos desesperados, coisas sendo quebradas, tapas, e o próprio Pablo clamando “O que é isso, deputado?” e chamando o presidente do diretório metropolitano, Bruno Peixoto.
Em seguida, mais confusão e gritos. Pablo chega a dizer que o deputado está “rasgando todas as atas” e manda que alguém “fuja com o celular”. Aos 1’30”, barulho do tiro que foi desferido pelo segurança do deputado.
Pânico.
“Tiro no diretório! Vai matar a gente! O senhor vai matar a gente! Deu um tiro no diretório! O senhor vai me matar, deputado? Deu um tiro no diretório o segurança do senhor! O nosso partido é da democracia. O nosso partido é o Partido Movimento Democrático Brasileito. O que é isso?”, repete Pablo desesperado. Movimentação e barulho de incredulidade das pessoas.
Durante algum tempo ouvem-se pessoas comentando sobre o que aconteceu e pedindo para que fechem o diretório e que todos se vão. Pablo começa a dizer: “Ele vai ter que me matar! Ele vai ter que me matar!”
Uma mulher conta para uma pessoa que o deputado entrou e “quebrou tudo”.
Paulo Cezar Martins então volta e ameaça Pablo Rezende: “Você quer briga? Você quer briga? Você vai ver a briga! Vocês querem por o Iris [Rezende] em dificuldade! Vocês vão ver”. E completa: “Se a imprensa vier aqui, vai ficar pior. Vamos acabar com o PMDB. Já conversei com você na boa e você não quis escutar. Eu estou por conta da briga. Se você quer fazer confusão, vamos fazer”. Pablo retruca: “Você que sabe. Você que sabe”.
Ao final do áudio, segue a movimentação para deixar a sede do PMDB goiano. Pessoas relatam o que aconteceu, dizendo que o deputado quebrou o celular de alguém (fato que ele reconheceu ao Jornal Opção). “Quebrei! Quebrei! E quebro você no meio”, diz Paulo Cezar Martins a Pablo.
Os dois foram para a delegacia de polícia prestar queixa sobre o ocorrido.