Paulo Guedes defende pacto federativo em reunião no CAE
27 março 2019 às 15h36

COMPARTILHAR
“Prefeitos e governadores foram eleitos para gerir e não para vir à Brasília pedir dinheiro para ministro”
Em reunião realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro da Economia, Paulo Guedes falou sobre o endividamento dos Estados. Dentre outras coisas, o economista defendeu a construção urgente do pacto federativo.
Segundo ele, este deverá ser feito conjuntamente pelo Congresso e com o Executivo, a fim de ver como será feita a redistribuição dos recursos da União.
“Vamos jogar dinheiro para Estados e municípios. Prefeitos e governadores foram eleitos para gerir e não para vir à Brasília pedir dinheiro para ministro. O sistema está torto e deforma a política”, defendeu.
Começo da fala
No começo de sua fala, o ministro afirmou que a Lei Kandir não foi respeitada por nenhum governo por desvios orçamentários e, ao assumir, se deparou com um passivo [que chamou de “bomba”] de R$ 39 bilhões.
“Se fosse um Estado, teríamos caso de má gestão. Mas se todos estão pressionados é porque algo mais importante aconteceu. É algo sistêmico”, assinalou.
Para ele, as disfunções da economia se devem ao modelo econômico, que priorizou estatais. “O desequilíbrio e excesso de gastos públicos têm sido o principal problema”, afirmou.
Democracia
O plano Kandir, para ele, é uma das digitais do problema vivido. Porém, apesar dos “ruídos”, Guedes elogiou a “maturidade” da democracia brasileira.
“Acredito nos nossos poderes independentes. Acredito na mídia que trabalhou muito bem nesses 30 anos, demonstrando nossas deficiências, através da transparência e opinião pública. E o que caracteriza tanto uma democracia, quanto uma economia de mercado, é a existência de centros de decisão inteligente descentralizados, que é o que temos: mídia, senado, câmara, empresários, cada um fazendo sua parte”, afirmou.
O encontro ainda segue, neste momento, mas com questionamentos por parte dos senadores.