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“Prefeitos e governadores foram eleitos para gerir e não para vir à Brasília pedir dinheiro para ministro”

Em reunião realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro da Economia, Paulo Guedes falou sobre o endividamento dos Estados. Dentre outras coisas, o economista defendeu a construção urgente do pacto federativo.

Segundo ele, este deverá ser feito conjuntamente pelo Congresso e com o Executivo, a fim de ver como será feita a redistribuição dos recursos da União.

“Vamos jogar dinheiro para Estados e municípios. Prefeitos e governadores foram eleitos para gerir e não para vir à Brasília pedir dinheiro para ministro. O sistema está torto e deforma a política”, defendeu.

Começo da fala

No começo de sua fala, o ministro afirmou que a Lei Kandir não foi respeitada por nenhum governo por desvios orçamentários e, ao assumir, se deparou com um passivo [que chamou de “bomba”] de R$ 39 bilhões.

“Se fosse um Estado, teríamos caso de má gestão. Mas se todos estão pressionados é porque algo mais importante aconteceu. É algo sistêmico”, assinalou.

Para ele, as disfunções da economia se devem ao modelo econômico, que priorizou estatais. “O desequilíbrio e excesso de gastos públicos têm sido o principal problema”, afirmou.

Democracia

O plano Kandir, para ele, é uma das digitais do problema vivido. Porém, apesar dos “ruídos”, Guedes elogiou a “maturidade” da democracia brasileira.

“Acredito nos nossos poderes independentes. Acredito na mídia que trabalhou muito bem nesses 30 anos, demonstrando nossas deficiências, através da transparência e opinião pública. E o que caracteriza tanto uma democracia, quanto uma economia de mercado, é a existência de centros de decisão inteligente descentralizados, que é o que temos: mídia, senado, câmara, empresários, cada um fazendo sua parte”, afirmou.

O encontro ainda segue, neste momento, mas com questionamentos por parte dos senadores.